O ícone da música pop, Justin Bieber, atuou este domingo na Arábia Saudita, apesar da pressão para que o concerto não acontecesse, exercida por diversas campanhas ativistas, cujo objetivo é expor o regime de violência e repressão que o governo árabe tem manifestado para com os seus opositores.

O concerto aconteceu, de acordo com a Associated Press, em Jiddah, depois de se ter disputado o Grande Prémio de Fórmula 1, que viu Lewis Hamilton como o piloto vencedor.

O país do Médio Oriente, que até à poucos anos era regido por normas ultra conservadoras — concertos eram proibidos e os homens e as mulheres solteiras estavam separados em locais públicos — tem tentado implementar políticas mais liberais e progressivas no que diz respeito aos costumes sociais.

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O responsável pelas políticas transformistas da Arábia Saudita é o Príncipe Mohammed bin Salman, que tem procurado modernizar a sociedade árabe e atrair maior turismo e investimento estrangeiro.

Contudo, associações como a Human Rights Watch têm pressionado celebridades da música para cancelar os seus concertos no país, e defendem que este tipo de iniciativas promovidas pela Arábia Saudita tem como objetivo desviar a atenção e o escrutínio do regime árabe.

O cantor canadiano não comentou publicamente os apelos para que cancelasse o concerto. A noiva de Jamal Khashoggi, crítico do regime da Arábia Saudita, foi uma das intervenientes nesta tentativa de boicote.

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Khashoggi foi morto em 2018 pelos serviços secretos árabes quando se deslocava à embaixada, em Istambul, para tentar obter a documentação necessária para se casar com Hatice Cengiz. A noiva da crítico publicou uma carta aberta no Washington Post onde pedia ao artista para cancelar o seu espetáculo e “enviar uma mensagem importante ao mundo em como o teu nome e talento não vão ser utilizados para restaurar a reputação de um regime que mata os seus críticos”.

O concerto de Bieber surge perto da próxima tour do artista, que se vai realizar no próximo ano, promovido pela Live Nation, companhia que detém a empresa Ticketmaster.

A Arábia Saudita é um dos maiores acionistas da Live Nation.