Há muito que o Open da Austrália começou a mexer, não só pela ausência confirmada do lesionado Roger Federer (se bem que Rafa Nadal deve ir a jogo), mas sobretudo pela indefinição em torno do número 1 do mundo Novak Djokovic. E em causa está ainda a questão da vacinação, tema sobre o qual o sérvio tem falado mas sem ser claro relativamente ao seu estado: se está vacinado ou não. É que apenas com a vacinação completa Djokovic poderá jogar aquele que será o primeiro Grand Slam de 2022, o torneio que que marca o início da época do ténis mundial ao mais alto nível.

Campeão em título na Austrália (e com nove troféus em Melbourne na sua vitrina), o tenista sérvio de 34 anos poderia, caso vá ao torneio e o vença, tornar-se no tenista da história com mais torneios do Grand Slam conquistados. Neste caso, seriam 21 contra os 20 de Nadal e Federer. Neste momento, há um empate nas duas dezenas entre os três que muitos consideram os melhores tenistas da história, que assim se manteve depois da derrota do sérvio frente a Daniil Medvedev no jogo decisivo do US Open.

Com o aproximar do virar do ano torna-se ainda mais premente a questão em torno do líder do ranking mundial, com o tema a adensar-se agora no seguimento da convocatória de Djokovic para a equipa da Sérvia que vai participar na ATP Cup, em Sidney, prova entre países que se realiza de 1 a 9 de janeiro. A notícia foi mesmo dada pela ATP, que destaca que “a cabeça de série Sérvia será liderada pelo número 1 do mundo, Novak Djokovic”.

Ainda a vacinação no ténis: pai de Novak Djokovic fala em “chantagens e condições” que devem afastar número 1 do mundo do Open da Austrália

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Segundo o The Guardian, o governo de Nova Gales do Sul, onde fica a cidade de Sidney, deverá candidatar-se para que haja uma exceção à vacinação no caso de Novak Djokovic, para que o atleta possa cumprir os 14 dias de quarentena necessários para depois jogar. Assim, o sérvio terá de chegar a Sidney por volta de dia 16 deste mês de dezembro, para cumprir a tal quarentena para quem viaja para o local e não está vacinado.

O estado de Victoria, onde se situa Melbourne e onde se vai realizar o Open da Austrália (a partir de 17 de janeiro), já fez saber que não vai pedir quaisquer exceções devido à questão da vacinação, pelo que Djokovic, se quiser defender o título e talvez fazer história, terá mesmo de ser vacinado contra a Covid-19. Quando já se aceitava mais o facto de Djokovic não ir a Melbourne, esta possível participação pode trocar as voltas à opinião generalizada.

E esta hipótese de não ir ao primeiro Major da época ficou mais adensada após declarações recentes do pai, Srdjan Djokovic, que afirmou que o filho “sob estas chantagens e condições, provavelmente não vai jogar”. “No que diz respeito às vacinas, é o direito pessoal de cada um de nós sermos vacinados ou não. Ninguém tem o direito de entrar na nossa intimidade Eu não jogaria. E ele é meu filho, portanto percebam por vocês”, afirmou o homem a meios de comunicação sérvios, citados pela BBC.

Também no final de outubro, quando começaram a crescer as questões em torno do torneio australiano, Novak Djokovic, queixou-se do que poderia ser mais um Open da Austrália 2022 com medidas semelhantes às de 2021: “Vão existir bastantes restrições, tal como este ano, não deve diferir muito. Não se pode esperar que um tenista profissional esteja nesse tipo de quarentena, sem sair do quarto de hotel, e continue a jogar a bom nível. O pior é um aumento do risco de lesões”. E disse ainda sobre a vacinação: “Qualquer coisa que se responda, sim, não, talvez, não sei, estou a pensar , as pessoas vão extrapolar. Não quero participar nessas polémicas. É um assunto privado”, disse o tenista.

Primeiro Grand Slam de 2022 está rodeado de indecisões e nem os políticos se entendem sobre vacinação no Open da Austrália