O anúncio feito em 2019 foi cumprido: Marcelo Rebelo de Sousa condecorou esta sexta-feira a Fundação de Serralves, no Porto. Uma condecoração que, nas palavras do Presidente da República, é “duplamente merecida”: pelos 30 anos celebrados em 2019 e “por mais dois anos de resistência e de afirmação”, que enfrentou também o período da pandemia de Covid-19. Esta é a segunda condecoração atribuída a Serralves, depois da comenda dada por Aníbal Cavaco Silva, na altura do seu 25.º aniversário.

Em 2019 cumpria olhar para o futuro e em 2019 anunciei que iria atribuir a segunda condecoração a Serralves. A primeira fora pelos seus 25 anos, pelo Presidente Aníbal Cavaco Silva. A segunda era pelos seus 30 anos então celebrados”, destacou Marcelo Rebelo de Sousa.

Convidado a assistir à reunião do Conselho de Fundadores da Fundação de Serralves, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que, “sem desprimor para nenhuma das fundações portuguesas, Serralves é um exemplo a nível nacional e internacional”. O Presidente da República recordou que o Porto “gosta, e bem, de se apresentar como uma cidade liberal, trabalhadora e cosmopolita” e considera que Serralves “foi uma das mais notáveis concretizações portuguesas das últimas três décadas no campo cultural”, destacando as construções do Parque de Serralves, a Casa de Serralves e o Museu, projetado pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira.

Se Serralves se afirmou foi, antes de mais, pelo conceito inicial, generoso, de abrir à cidade o que era propriedade privada, de envolver nesse projeto todo o Porto — dos arquitetos aos artistas e aos visitantes. E foi também a antiga costela cosmopolita, liberal, no sentido oitocentista do termo, e trabalhadora. Porque sem qualquer uma dessas virtudes um projeto desta dimensão não conseguiria vir a ser aquilo que é agora em Portugal, na Europa e no Mundo”, referiu o chefe de Estado.

Para Marcelo, Serralves é “um caso de sucesso” e o seu reconhecimento “é lembrar que a cultura, incluindo a cultura contemporânea, não é um luxo nem um nicho” , mas um convite “para todos”. O Presidente relembrou ainda que “a pandemia não parou nem travou a criatividade de Serralves”. “Resistiu-se à pandemia. E aumentou-se o número de fundadores”.

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Serralves, acrescenta, “já não é uma itinerância, é uma marca nacional” – referindo-se à parceria entre as fundações de Serralves e EDP – que tem “projeção internacional”. Esta sexta-feira, a Associação de Artistas Visuais Portugueses (AAVP) também já veio comentar esta parceria e manifestou desagrado perante a “perspetiva alarmante” de a Fundação de Serralves e espaços da Fundação EDP como o MAAT, em Lisboa, “partilharem da mesma programação homogénea”.