O ministro do Ambiente considerou que “não há razão absolutamente nenhuma” para que o regulador do setor energético se pronuncie esta quarta-feira de forma diferente em relação à proposta de aumentos de 0,2% na eletricidade em mercado regulado.

“Estou profundamente convencido de que não há razão absolutamente nenhuma para que [a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE)] se pronuncie de forma diferente do que se pronunciou no dia 15 de outubro”, afirmou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.

O governante falava na sessão de abertura da cerimónia de comemoração dos 20 anos da Adene — Agência para a Energia, que decorre esta tarde, no Capitólio, em Lisboa.

A ERSE anuncia esta quarta-feira os preços da eletricidade para os consumidores do mercado regulado no próximo ano, estando em cima da mesa um aumento de 0,2% face à média deste ano.

A proposta de 0,2% foi anunciada pelo regulador no dia 15 de outubro, e submetida ao parecer do Conselho tarifário, que tem até esta quarta-feira para aprovar os preços da energia que serão aplicados a partir de 1 de janeiro.

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Matos Fernandes sublinhou a importância das energias de fontes renováveis para a manutenção dos preços da eletricidade no mercado regulado, mesmo num contexto “estranho” no que diz respeito aos preços nos mercados grossistas, influenciado pelo preço do gás que o governante admitiu duvidar que se deva apenas à lei da “oferta e da procura”.

Vários especialistas e agentes políticos ocidentais têm defendido que a Rússia agravou propositadamente a escassez de energia na União Europeia, como forma de pressionar a Alemanha a aprovar o funcionamento do gasoduto Nord Stream 2 (que os Estados Unidos tentam travar), que liga os dois países através do Mar Báltico, deixando de ser necessário que o transporte se faça através da Ucrânia, até agora a porta de entrada do gás russo na Europa.

Alguns receiam que a Ucrânia fique novamente na mira do Presidente russo, Vladimir Putin, quando deixar de ser essencial como país de trânsito para o gás natural, depois de em 2014 a Rússia ter anexado ilegalmente a região ucraniana da Crimeia.