Olá

866kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

O risco total foi riscado pelo rapaz do costume (a crónica do Benfica-Sp. Covilhã)

Este artigo tem mais de 2 anos

Jesus assumiu o risco total de entrar em campo com um onze que tinha Tomás Araújo, Morato e Ferro. No fim, sobreviveu porque tem alguém como Darwin — que pôs o Benfica na final four da Taça da Liga.

O avançado uruguaio fez mais dois golos pelos encarnados
i

O avançado uruguaio fez mais dois golos pelos encarnados

LUSA

O avançado uruguaio fez mais dois golos pelos encarnados

LUSA

Uma semana depois do apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões, na ressaca de uma goleada importante em Famalicão, antes de uma receção sempre complicada ao Marítimo e a cerca de sete dias da ida ao Dragão para jogar o futuro na Taça de Portugal: a Taça da Liga, para o Benfica, era o cúmulo de um calendário anti-climático. Mais ainda se tivermos em conta que, esta quarta-feira, os encarnados precisavam de ganhar por mais de dois golos para se manterem em todas as competições.

Contra o Sp. Covilhã, na Luz, o Benfica procurava não deixar que o empate com o V. Guimarães na primeira jornada da fase de grupos da Taça da Liga tivesse proporções desmedidas. Sem Otamendi, que Jorge Jesus nem levou a jogo depois do violento assalto sofrido na própria casa no início da semana, o treinador encarnado não escondia que a opção de poupar alguns dos jogadores mais utilizados poderia obrigar a um “risco total” — o risco total de atuar com quem nunca joga.

Ficha de jogo

Mostrar Esconder

Benfica-Sp. Covilhã, 3-0

Fase de grupos da Taça da Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Gustavo Correia (AF Porto)

Benfica: Helton Leite, Tomás Araújo, Ferro (Yaremchuk, 65′), Morato, Everton, Meïté (Paulo Bernardo, 45′), Taarabt, Gil Dias, Seferovic (Darwin, 45′), Gonçalo Ramos (André Almeida, 81′), Pizzi (Rafa, 45′)

Suplentes não utilizados: Svilar, Gilberto, Lázaro, Gedson

Treinador: João de Deus

 

Sp. Covilhã: Léo, David Santos, Héliton (André Almeida, 57′), Arnold, Gilberto (Tiago Moreira, 78′), Jean Filipe, Tembeng, Deivid Silva (Ahmed Isaiah, 71′), Sena (Felipe Dini, 57′), Jô (Ryan Teague, 57′)

Suplentes não utilizados: Igor Araújo, Jorge Vilela, Cornélio, Lucas Barros

Treinador: Leonel Pontes

Golos: Seferovic (28′), Darwin (68′, gp, 73′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Meïté (5′), a Tembeng (20′), a Héliton (43′), a Taarabt (84′), a Arnold (85′), a André Almeida (90+1′); cartão vermelho direto a Tembeng (39′)

“O Sp. Covilhã já está eliminado, por isso, já não tem qualquer objetivo. Vamos encontrar uma equipa a defender muito, que não se vai preocupar muito com pontos. Vão estar sempre serenos, para eles é igual. Mesmo a perder, os jogadores vão estar serenos. O jogo de amanhã implica assumirmos uma estrutura tática defensiva de risco. É diferente jogar com uma linha de três ou uma linha de quatro. O Otamendi e o Vertonghen têm jogado sempre e esses dois jogadores deixam-me intranquilo porque não sei se vale a pena arriscar a utilização. Sobra-nos o Ferro, o Morato e o menino, o Tomás [Araújo]. Se tivermos de ir para o risco total, vamos. Os jogadores do Benfica sentem-se bem assim”, disse o treinador encarnado na antevisão.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ora, a pouco mais de uma hora do apito inicial, o risco total ficou confirmado: o Benfica ia a jogo com três centrais e com Tomás Araújo, que fazia a estreia absoluta na equipa principal, Ferro, que não era titular há quase um ano, e Morato, que apesar de ser o mais utilizado do trio continua a ter apenas 20 anos. Meïté e Taarabt apareciam no meio-campo, Gil Dias e Everton ficavam nos corredores e Seferovic era apoiado por Pizzi e Gonçalo Ramos. No banco, estavam Gilberto, André Almeida, Rafa, Darwin e Yaremchuk mas não estava Jorge Jesus, que foi suspenso pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol e viu o recurso do Benfica para o TAD não chegar a tempo da partida.

A primeira parte acabou por decorrer de forma algo surpreendente. Nos primeiros 20 minutos, o Benfica teve muitas dificuldades para criar oportunidades de golo, para chegar ao último terço adversário e para se impor na partida, sendo sempre travado e anulado pela movimentação defensiva do Sp. Covilhã. Empurrada pela noção clara de que estava a causar dificuldades aos encarnados, a equipa de Leonel Pontes foi subindo no relvado e alongando os setores tendo a capacidade para criar as primeiras verdadeiras ocasiões de golo do encontro. Gilberto Silva atirou em força para uma defesa atenta de Helton Leite (19′) e Jô, logo no lance consequente, cabeceou à trave depois da cobrança do canto (19′).

Ainda assim, acabou por prevalecer a qualidade individual. Na primeira vez em que se aproximou com perigo da baliza de Léo, o Benfica abriu o marcador graças a um lance totalmente estudado: Taarabt cobrou um livre na esquerda, Pizzi desmarcou Gonçalo Ramos com um passe vertical e o avançado atraiu o guarda-redes para assistir Seferovic, que encostou para dentro da baliza (28′). Apesar de não estar a demonstrar grande critério na hora das decisões, de não estar a conseguir desenhar jogadas de envolvimento e de não estar a esforçar-se o suficiente para chegar à final four da Taça da Liga, a equipa de Jorge Jesus conseguiu chegar o golo. O problema, nesta fase, é que ainda faltavam mais dois.

Gil Dias ficou perto de aumentar a vantagem com um remate que desviou num adversário (31′), Gonçalo Ramos falhou o golo na cara de Léo (38′) e Pizzi ainda teve tempo para atirar por cima já no interior da grande área (44′). Pelo meio, o Sp. Covilhã ficou reduzido a dez elementos depois de uma falta dura (e incompreensível) de Tembeng sobre Everton e viu a já difícil tarefa de travar o Benfica tornar-se praticamente hercúlea. Ainda assim, até ao intervalo, os encarnados não conseguiram marcar mais golos e não conseguiram materializar o ascendente e a superioridade — e muito por culpa do acerto defensivo do Sp. Covilhã, que tinha o seu principal expoente na exibição positiva de Héliton.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-Sp. Covilhã:]

No início da segunda parte, o Benfica assumiu que estava numa autêntica corrida contra o tempo e fez três alterações, tirando Meïté, Pizzi e Seferovic para lançar Paulo Bernardo, Rafa e Darwin. Os encarnados assentaram completamente no meio-campo adversário, empurraram o Sp. Covilhã para trás e iniciaram aquilo que seria um segundo tempo de total controlo e asfixia, sem que a equipa de Leonel Pontes conseguisse sequer sair em contra-ataque e transição rápida. Ainda assim, continuavam a verificar-se os problemas da primeira parte: o Benfica tinha pouco critério, jogadores como Gil Dias, Morato e Everton falhavam passes de forma consecutiva e as oportunidades não apareciam, contando-se apenas um remate sem ângulo de Darwin neste período (52′).

Ainda a perder pela margem mínima, Leonel Pontes também fez três substituições e refrescou a equipa — que estava sempre sem bola e com menos um elemento — com André, Felipe Dini e Ryan Teague. O Benfica continuou a insistir com Yaremchuk, que entrou para o lugar de Ferro e corrigiu a linha defensiva de três para quatro elementos, mas acabou por ser o nome que é cada vez mais o do costume a resolver a situação: Darwin. O avançado uruguaio aumentou a vantagem ao converter uma grande penalidade cometida por Gilberto sobre Rafa (68′) e bisou instantes depois, com um remate de longe que deixou o guarda-redes Léo francamente mal na fotografia (73′). Com dois golos em cinco minutos por parte do avançado uruguaio, os encarnados colocavam-se virtualmente na final four da Taça da Liga e tinham apenas de gerir até ao apito final.

E foi isso que fizeram. André Almeida ainda entrou mas a equipa perdeu propositadamente toda a objetividade, aguardando apenas até ao final do jogo. O Benfica venceu o Sp. Covilhã por mais de dois golos e juntou-se ao Sporting na final four da Taça da Liga, mantendo-se em competição em todas as provas em que está inserido. Jorge Jesus foi em frente com o risco total — até porque tem jogadores como Darwin, que vai mostrando cada vez mais que é capaz de riscar qualquer risco.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.