Ribeiro e Castro, histórico centrista, aceitou o convite de Francisco Rodrigues dos Santos para integrar as listas do partido às legislativas porque “era preciso” ao próprio CDS, que tem assistido à saída de nomes de peso, e ao país, que assiste a uma “viragem à esquerda” do PSD. O antigo presidente do CDS diz concorrer para travar o rumo do principal partido da direita, que segue uma estratégia “alinhada com o bloco central”.
Seis anos depois de deixar o Parlamento, Ribeiro e Castro vai voltar a fazer parte das listas de deputados do CDS-PP, como número dois por Lisboa, numa lista encabeçada por Francisco Rodrigues dos Santos.
Líder do CDS recupera Ribeiro e Castro como candidato a deputado
Em declarações à Rádio Observador, Ribeiro e Castro diz que aceitou o convite porque “era preciso”, pelo CDS e “pelos desafios que se põem nesta altura ao país”, depois da crise política ter espoletado eleições antecipadas. “Era preciso apresentar as linhas melhores que o partido puder apresentar”, o que, lembra, também depende da disponibilidade das pessoas.
“Eu era preciso”. Ribeiro e Castro volta às listas do CDS para combater “viragem à esquerda do PSD”
Questionado sobre se o também centrista Manuel Monteiro deveria ter aceitado o convite (que recusou recentemente) para integrar as listas do CDS, Ribeiro e Castro diz que Monteiro apresentou “as suas razões”, e que o partido não deixará de ter pessoas que saberão “interpretar os valores e a História do partido”.
Aliás, faz uma avaliação “muito positiva” das listas do CDS-PP às legislativas de janeiro, por terem “apostas muito fortes” e “novas”. Alguns são nomes pouco conhecidos, reconhece, mas os candidatos têm “percursos conhecidos e consagrados”.
“Somos a alternativa necessária depois de o PSD ter feito uma viragem à esquerda”
Ribeiro e Castro deixou várias críticas ao PSD, e a Rui Rio em particular, por ter recusado formar uma coligação pré-eleitoral com o CDS, ao contrário do que fez nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira. Nas palavras do ex-presidente centrista, o CDS é “a alternativa necessária depois de o PSD ter feito uma viragem à esquerda”. A estratégia social-democrata, defende, está agora “alinhada com o bloco central”.
“Não tenho dúvida nenhuma o que é que Sá Carneiro teria feito no dia 28 de outubro, no dia a seguir à abertura da crise: era apresentar uma alternativa à esquerda e não uma proposta de casamento ao PS para um bloco central“, critica.