Luís Marques Mendes disse este domingo no seu espaço de comentário semanal na SIC que a forma como o Governo nomeou o vice-almirante Gouveia e Melo como novo Chefe do Estado Maior da Armada (CEMA) é “absolutamente lamentável e censurável“. Apesar de o antigo líder do PSD considerar o antigo coordenador da task force “competente, prestigiado e credível” para a função, acusa o Governo de “destratar o atual CEMA, o Almirante Mendes Calado” na forma como geriu o processo.

No mesmo espaço de comentário, Marques Mendes anunciou ainda que o empréstimo de 360 milhões de euros à TAP será “contratado com um sindicato bancário nacional” e não através de um empréstimo obrigacionista.

Voltando ao vice-almirante — que toma posse esta segunda-feira às 15h00 — Marques Mendes insiste que não havia pressa, principalmente porque Mendes Calado já se tinha disponibilizado para sair pelo próprio pé. Assim, acusa o comentador político, além de “perseguição” a Mendes Calado fica “a suspeita de que o Governo pretende apenas aproveitar-se da popularidade do Almirante Gouveia a Melo”. E acrescenta: “Parece uma decisão de campanha eleitoral. Simplesmente censurável.”

Ainda quanto ao eleitoralismo do Executivo de António Costa, Marques Mendes diz que o Governo tomou medidas restritivas para a quadra festiva por duas razões: por estar preocupado com a variante Ómicron e por estar “preocupado com as eleições de 30 de janeiro”. Sobre esta preocupação eleitoral, o antigo líder do PSD explica que “se houver um pico pandémico em meados ou fim de janeiro, o PS pode ser penalizado nas eleições.

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Apesar desta preocupação, Marques Mendes considera que as medidas anunciadas “são bastante equilibradas”, advertindo que “é preciso que os apoios que o Governo promete, cheguem mesmo a tempo às pessoas e sectores afetados”.

“Certificado de credibilidade para Pedro Nuno Santos”

Luís Marques Mendes deixou ainda elogios para o ministro das Infraestruturas ao dizer que a aprovação do plano de reestruturação da TAP por Bruxelas “é em primeiro lugar uma grande vitória do Governo”, que evita levar um “pesadelo” para a campanha eleitoral. Para o antigo líder do PSD esta é “vitória clara para Pedro Nuno Santos (…), que ganha estatuto e credibilidade ao ministro. É o Ministro que enfrenta situações difíceis; que tem coragem; que dá a cara; que resolve problemas. Para um ministro e, sobretudo para um ministro que tem ambições a altos voos no PS, é uma ajuda enorme, é um certificado de credibilidade que é dado ao ministro.

Sobre o empréstimo de 360 milhões de euros que a companhia vai necessitar, Marques Mendes garante que não será um empréstimo obrigacionista nem contratado na banca internacional, mas sim “um empréstimo contratado com um sindicato bancário, todo ele nacional, que já está escolhido.”

Marques Mendes sugere ainda que o Governo nomeie “desde já uma comissão independente encarregue do acompanhamento da execução deste plano de reestruturação” para garantir o escrutínio adequado do processo.