Um tribunal de Abu Dhabi emitiu a primeira certidão de casamento civil a um casal não-muçulmano nos Emirados Árabes Unidos, país do Golfo Pérsico apostado numa imagem mais liberal e progressista, indicou esta segunda-feira a agência noticiosa WAM.
Um casal canadiano foi o primeiro a beneficiar da nova lei sobre o estatuto dos não-muçulmanos na capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU). “A emissão deste primeiro contrato de casamento civil por um tribunal de Abu Dhabi abre um precedente na região”, escreveu a WAM.
O rico país muçulmano do Golfo tem-se esforçado nos últimos anos por se apresentar como uma nação moderna e aberta ao mundo.
Os EAU, onde 90% dos cerca de dez milhões de habitantes são estrangeiros, autorizaram a coabitação, aligeiraram as restrições ao consumo de álcool e agilizaram a obtenção de vistos de residência.
Embora muitos países da região não reconheçam o casamento civil, outros aceitam-no, como a Argélia e a Tunísia, por vezes mediante algumas condições.
No início de dezembro, os EAU decidiram que, a partir de 2022, o fim de semana deixará de ser à sexta-feira e ao sábado e passará a ser ao sábado e ao domingo, e instauraram uma semana de trabalho de quatro dias e meio, sobretudo por uma questão de competitividade.
Serão o único país do Golfo onde o fim de semana não será à sexta-feira, dia de oração para todos os muçulmanos, e ao sábado.
Na Arábia Saudita, vizinha dos Emirados, também foram iniciadas reformas de liberalização, tais como o levantamento da proibição de conduzir imposta às mulheres, a autorização de concertos e outros eventos mistos, apesar de uma repressão severa da dissidência.
À semelhança dos EAU, o reino saudita pretende diversificar a sua economia, dependente do petróleo, e transformar a capital, Riade, num centro internacional.