Quando Jorge Jesus e Rui Costa se encontraram depois do encontro da Taça de Portugal, em que o Benfica foi eliminado pelo FC Porto nos oitavos após uma derrota inequívoca por 3-0, o treinador fez questão de transmitir a mensagem de que sentia todas as condições para recuperar a equipa e seguir no caminho em busca dos restantes objetivos. A realidade podia não ser vista da mesma forma por ambos mas assim ficou, pelo menos ao próximo jogo no Dragão para o Campeonato. Depois, no primeiro treino de preparação para novo clássico, tudo mudou. E, 24 horas depois de mais um caso no Seixal, o técnico pediu para sair.

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Que a relação do treinador com alguns jogadores estava desgastada, ninguém tinha dúvidas. Que vários responsáveis não gostaram do posicionamento do técnico na novela Flamengo, também não. No entanto, aquilo que ninguém poderia imaginar era que, na sequência do afastamento de Pizzi da equipa por questão disciplinar acontecida no final do último jogo no Dragão, o plantel iria ameaçar um boicote ao treino. Nem o próprio Jesus, acrescente-se. Rui Costa teve de intervir, conseguiu serenar os ânimos, a sessão acabou por decorrer cerca de uma hora depois mas estava ali o fim de linha para esta equipa técnica.

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No entanto, esta manhã, perante a vontade manifestada por Jorge Jesus, o Benfica avançou mesmo com uma mudança na estrutura técnica com efeitos imediatos, promovendo Nelson Veríssimo da equipa B logo com um teste de fogo em nova deslocação ao terreno dos azuis e brancos num encontro em que as águias não podem perder pontos sob pena de ficarem a sete pontos do FC Porto e, caso os leões vençam quarta-feira o Portimonense, do Sporting. A par de tudo isso, numa informação que em termos internos procurou ser resguardada ao máximo por respeito ao técnico mas que se tornou entretanto pública, Nelson Veríssimo, de 44 anos, perdeu esta manhã a mãe, vítima de doença prolongada. Era sobre tudo isso que o presidente dos encarnados e Jesus iriam falar no Seixal, numa conferência sem direito a perguntas.

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“Como já tiveram conhecimento pelos comunicados que tornámos públicos, o Benfica e o mister Jorge Jesus chegaram a acordo para a rescisão do contrato da mesma forma, com a mesma lealdade e seriedade com que trabalhámos neste período. Não era este o desfecho que ambos ambicionávamos, como é óbvio, trabalhámos para chegar ao fim deste ano com os objetivos cumpridos mas com a mesma frontalidade com que sempre estivemos juntos chegámos à conclusão de que este dia seria melhor para ambas as partes. Queria agradecer toda a dedicação e esforço do mister Jorge Jesus ao longo deste ano e meio que esteve no clube e desejar-lhe a ele e à equipa técnica as maiores felicidades na carreira”, disse Rui Costa.

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“Este projeto que abracei com o coração no Benfica chegou ao fim, vim para o Benfica a pensar que era uma solução e não um problema. Para os interesses do Benfica e o que é o melhor para todos, achei que era a melhor decisão a tomar e a minha vida vai continuar como sempre, a trabalhar com amor e paixão. Tive muita honra de mais uma vez ter voltado a esta casa e de ter defendido os interesses do Benfica”, referiu Jorge Jesus, que estava na sala ao lado do presidente dos encarnados na despedida.