A Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) indicou esta terça-feira que o setor registou perdas de 30 milhões de euros em dezembro e previu quebras de 90% nos primeiros dois meses do ano.
O setor dos eventos mantém-se dos mais afetados, com perdas de 30 milhões de euros em dezembro nas empresas de serviços técnicos para eventos. Adicionalmente, antecipam-se quebras de 90% dos trabalhos previstos para os dois primeiros meses do ano”, indicou a APSTE, em comunicado.
Neste contexto, a associação reivindica mais medidas de apoio ao setor, tais como a prorrogação do programa APOIAR e a extensão das moratórias.
“Neste momento o setor foi altamente afetado pelos cancelamentos das Festas de Natal e Passagem de Ano, uma fase que era antecipada para a recuperação”, pode ler-se no comunicado da APSTE, lamentando que várias autarquias tenham optado por cancelar eventos, quando poderiam ter optado por “soluções flexíveis”, como bilhetes para controlo de entradas ou multipostos de fogo-de-artifício, para que as pessoas pudessem assistir em casa, em segurança.
O setor dos eventos integra duas centenas de empresas que empregam cerca de 4.500 pessoas de forma direta e indireta, lembrou a APSTE, considerando que “as atuais medidas protegem os decisores políticos”, uma vez que os eventos não estão proibidos, mas também não estão a acontecer e muitos foram cancelados.
Também esta terça-feira foi publicada em Diário da República a autorização para uma garantia pessoal do Estado até 9,5 milhões de euros à linha de crédito para apoio à montagem de eventos, atividade fortemente afetada pela pandemia de Covid-19.
“Autorizo a concessão de uma garantia pessoal do Estado […] destinada a assegurar as responsabilidades de capital deste Fundo pelas garantias de carteira, com limite máximo de 20% do montante do financiamento, prestadas no âmbito da ‘Linha de Apoio à Economia Covid-19 – Montagem Eventos’, com o montante global máximo de financiamento de 50.000.000 euros”, lê-se no despacho assinado pelo Secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes.
O governante fixou a taxa de garantia em 0,2% por ano e justificou a autorização da garantia pessoal do Estado ao Fundo de Contragarantia Mútuo também com o parecer favorável dado, em 3 de dezembro, pelo ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital.
A Covid-19 provocou mais de 5,40 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.890 pessoas e foram contabilizados 1.286.119 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.