Vários hospitais têm suspendido as visitas devido ao aumento de casos de Covid-19. Um deles foi o Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) — a que pertencem os hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas — que implementou esta medida preventiva para fazer face à evolução epidemiológica da Covid-19.

Em comunicado, a administração do CHMT refere que as três unidades hospitalares do CHMT vão “suspender temporariamente as visitas hospitalares, a partir de hoje [esta terça-feira]”, uma “medida preventiva que tem como objetivo uma maior salvaguarda da segurança das pessoas doentes que se encontram internadas nos hospitais do CHMT, bem como dos profissionais de saúde” da instituição.

“Face à evolução epidemiológica do país e dos concelhos servidos pelo CHMT, bem como tendo em consideração os alertas que hoje [esta terça-feira] são lançados pela OMS – Organização Mundial da Saúde – sobre a previsível evolução da pandemia na Europa, o Conselho de Administração do CHMT considerou indispensável a suspensão temporária da possibilidade de visitas”, acrescenta a instituição hospitalar com sede em Torres Novas, no distrito de Santarém.

A decisão, que esta terça-feira entra em vigor, “será reavaliada periodicamente e de acordo com a evolução da situação epidemiológica”, tendo o CHMT pedido “compreensão e colaboração” aos utentes e aos seus familiares.

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Hospital Garcia de Orta suspende visitas a doentes internados face à evolução pandémica

Também o Hospital Garcia de Orta, em Almada, suspendeu as visitas aos doentes internados, exceto nos serviços de pediatria e obstetrícia, face à evolução pandémica da Covid-19, segundo fonte oficial.

Este hospital, que serve uma população estimada em cerca de 350 mil habitantes dos concelhos de Almada e Seixal, no distrito de Setúbal, tem atualmente 50 doentes internados infetados com SARS-CoV-2, dos quais 45 em enfermaria, três em Unidades de Cuidados Intensivos e dois em hospitalização domiciliária.

De acordo com dados do gabinete de comunicação do Hospital Garcia de Orta (HGO), a partir da terceira semana de novembro a unidade hospitalar verificou uma tendência crescente de internamento de doentes Covid-19, tendo o ritmo desse crescimento acentuado a partir dos últimos dias de 2021.

A taxa de ocupação atual (unidades de adultos) no HGO é de 95,5% estando as enfermarias de Medicina Interna totalmente ocupadas (100%), pelo que foi ativada mais uma fase do Plano de Contingência, módulo outono/inverno 2021/2022.

Em resposta a questões da agência Lusa sobre o impacto da evolução da pandemia na gestão da unidade hospitalar, o gabinete de comunicação do HGO explicou que, “de modo a dar resposta aos doentes Covid e doentes não Covid, o Hospital Garcia de Orta tem vindo a realizar ajustes, com o objetivo de dar seguimento às necessidades dos utentes que recorrem a esta unidade hospitalar”.

No que respeita à resposta aos “doentes Covid”, acrescentou, o HGO aumentou a lotação e, no momento, tem duas enfermarias dedicadas de adultos, além de áreas dedicadas a “doentes Covid” em Medicina Intensiva, Pediatria e Obstetrícia.

No que respeita a continuidade da prestação de cuidados a doentes “não Covid”, o aumento de internamentos motivou a ativação de mais uma fase do plano de contingência, com o reajuste de serviços cirúrgicos e a conversão de camas cirúrgicas em camas médicas (“não Covid”).

“É importante realçar que a conversão de camas cirúrgicas, em camas médicas visa responder a um acréscimo de doentes da área médica, com critérios de internamento”, salientou.

As medidas adotadas, acrescentou o HGO, implicam adaptar a atividade dos profissionais às necessidades existentes, para que seja assegurado a todos os utentes a resposta clínica adequada.

Questionado se há um aumento de afluência de doentes não urgentes às urgências, o hospital explicou que tem vindo a registar um maior número de doentes nas urgências e, em simultâneo, um número maior de doentes não urgentes.

Nesta afluência às urgências, explicou o gabinete, o hospital constata a existência de utentes que se dirigem ao Serviço de Urgência Geral (SUG) do HGO, sem critérios de urgência, encaminhados pela linha SNS24, e que poderiam ser observados nas Áreas Dedicadas aos Doentes Respiratórios (ADR) das unidades de cuidados de saúde primários (ADR-C).

Ainda segundo o mesmo gabinete, o hospital tem recebido utentes que chegam pelos seus próprios meios e não reúnem critérios de observação em serviço de urgência, sendo doentes triados, de acordo com o protocolo de Triagem de Manchester, como pouco urgentes (verdes) e não urgentes (azuis) e que poderiam ser acompanhados nas unidades de cuidados de saúde primários.

Às urgências têm ainda chegado outros utentes para realizarem teste à infeção por SARS-COV2 por terem recebido informação da linha SNS24 que poderão realizar o teste, entre outras instituições, também no HGO, dado que o hospital funciona 24 horas por dia.

Mas, devido à elevada afluência ao Serviço de Urgência Geral nos últimos dias, referenciados pela linha SNS24, o HGO tem vindo a reencaminhar os utentes sem caráter de urgência para as Áreas Dedicadas para Doentes Respiratórios (ADR-C) e a encaminhar os utentes que procuram realizar teste Covid-19 para os Postos de Colheita destinados para o efeito.

“O HGO alerta recorrentemente à população que, em caso de doença, os cidadãos devem contactar primeiro as equipas de família da unidade de saúde dos cuidados de saúde primários, reservando as situações agudas, urgentes e emergentes para o atendimento no SUG do HGO”, adiantou o hospital numa resposta enviada à agência Lusa.

Os hospitais de Vila Franca de Xira, de Santarém e os da Madeira também já suspenderam as visitas no início de janeiro.