A Rússia anunciou esta terça-feira que vai realizar novos exercícios militares em quatro regiões, três delas junto à fronteira com a Ucrânia, com a participação de quase 3.000 soldados.
Num comunicado divulgado pela agência noticiosa Interfax, o Distrito Militar Ocidental do Exército russo afirma que as manobras vão decorrer nas regiões de Belgorod, Briansk, Voronezh — que fazem fronteira com a Ucrânia — e em Smolensk.
Segundo o comando russo, nos exercícios irão participar 300 equipamentos militares, incluindo os tanques T-72B3 e blindados de infantaria.
O objetivo dos exercícios militares táticos é o de permitir às divisões motorizadas praticar tiro contra potenciais inimigos a uma distância de 1.200 metros.
A Ucrânia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) denunciaram nos últimos meses a concentração de um grande número de tropas russas perto da fronteira ucraniana, considerando tratar-se do prelúdio de uma invasão.
NATO pede à Rússia para “parar com provocações” na fronteira com a Ucrânia
Segunda-feira, após as negociações de segurança com os Estados Unidos, em Genebra, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Riabkov, negou que tais manobras representem uma “escalada” em relação à Ucrânia.
“Não temos planos, nenhuma intenção de atacar a Ucrânia, e não pode haver”, garantiu, insistindo que a Rússia precisa de garantias “escritas” de que a Ucrânia e a Geórgia nunca se tornarão membros da NATO.
“Gostaríamos que a fórmula adotada em Bucareste em 2008 fosse retirada na cimeira [da NATO] de Madrid e substituída pela seguinte: Ucrânia e Geórgia nunca serão membros da Aliança Atlântica“, afirmou.
A escalada militar russa na fronteira com a Ucrânia será discutida novamente esta semana em reunião da Rússia com a Aliança Atlântica em Bruxelas na quarta-feira e na reunião do Conselho Permanente da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, na quinta-feira.
No domingo, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, alertou também a Rússia para o risco de “confronto”.
Os ocidentais antecipam uma possível invasão russa do território ucraniano, como a de 2014 que culminou na anexação da península da Crimeia.