César Batalha, fundador e maestro do Coro de Santo Amaro de Oeiras, morreu esta sexta-feira no Hospital Egas Moniz, onde estava hospitalizado. Tinha 76 anos.
A informação foi confirmada pelo próprio coro na sua página de Facebook e em comunicado enviado ao Observador. O Observador sabe que o velório deverá ter lugar este domingo na Igreja Nova Oeiras, a partir das 11h30. O funeral será na segunda-feira às 9h30, com cerimónia religiosa e seguida posterior para o cemitério de Oeiras.
César Batalha fundou o Coro de Santo Amaro de Oeiras em 1960, quando tinha apenas 15 anos. Manteve-se à frente do grupo durante 50 anos, tendo dirigido mais de 1.200 pessoas ao longo desse tempo.
O Coro de Santo Amaro de Oeiras apresentou-se pela primeira vez em público em 1979, na primeira Gala de Pequenos Cantores da Figueira da Foz. Ali, o Coro apresentou a sua interpretação da canção Eu Vi um Sapo, composta por César Batalha.
A canção viria a representar a participação portuguesa no Sequim de Ouro, tendo conquistado o prémio principal.
O maestro César Batalha é também o autor de outros sucessos como a música A Todos um Bom Natal.
Para além do Coro de Santo Amaro de Oeiras, dirigiu ainda o Orfeão Académico de Lisboa, o Grupo Coral de A Tabaqueira e o Coral Ultramarino de Lisboa. Foi maestro do Coro de Banco de Portugal, entre 1976 e 2007.
A direção do Coro de Santo Amaro de Oeiras lamenta a morte do maestro, que deixa “um coro em luto e centenas de outros amigos, conhecidos e alunos que, ao longo da vida, tanto o admiraram e estimaram”. Em 2015, a diretora artística do Coro, Leonor Marques, partilhava com o Observador que a fundação do grupo foi “uma aventura”, já que o maestro acumulava a sua profissão com a direção do Coro. “Isto para ele era um hobby. Era o projeto dele. Costumo dizer que era o bebé dele e da Ema”, a sua mulher, explica a diretora do coro infantil.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou condolências à família de César Batalha. Numa nota publicada no site da Presidência, Marcelo diz que o maestro é o exemplo de um caso “em que as criações se desprendem do criador, porque entraram de tal forma no nosso imaginário que já não sabemos a sua origem”.
O presidente da Câmara de Oeiras também reagiu à notícia. Numa publicação no Facebook, Isaltino Morais diz que a morte de César Batalha deixa “não só Oeiras mais pobre, mas o país e até o mundo”. “Estou profundamente grato ao maestro César Batalha e é com profunda tristeza que me despeço de um dos nossos”, escreve o autarca.
Fonte do gabinete da presidência da Câmara de Oeiras adiantou ao Observador que vão ser decretados dois dias de luto municipal. A decisão é tomada como “forma de um reconhecimento inquestionável por tudo o que nos deu”, adianta a mesma fonte.
Leonor Marques deixou um lamento pessoal pela morte de César Batalha. “O meu querido maestro César Batalha partiu hoje para o Céu onde vai dirigir um Coro de Anjos”, escreveu a diretora artística do Coro de Santo Amaro na rede social Facebook. “O homem que mais marcou a minha existência e foi o meu exemplo de vida nunca será esquecido. O seu olhar meigo, o seu sorriso doce, ficarão para sempre na minha memória. Por cá, iremos continuar a sua grande obra. Até um dia, meu querido”.