Mais de 360 milhões de cristãos foram “fortemente perseguidos e discriminados” devido à fé em 2021, tendo o Afeganistão sido o pior país da lista, conclui a organização cristã internacional Portas Abertas de França e Bélgica, num relatório esta quarta-feira publicado.

A perseguição atingiu um nível recorde em 2o21“, alertou o diretor da Portas Abertas de França e Bélgica, Patrick Victor, numa conferência de imprensa realizada esta quarta-feira.

A organização publica um “índice global” anual sobre a perseguição aos cristãos, listando todos os ataques, desde a “opressão diária discreta” até à “violência mais extrema”.

Entre 1 de outubro de 2020 e 30 de setembro de 2021, “mais de 360 milhões de cristãos” – católicos, ortodoxos, protestantes, batistas, evangélicos, pentecostais, entre outras práticas, de 76 países – foram “fortemente perseguidos e discriminados”.

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Este número representa uma subida de quase 6% em relação aos 340 milhões de perseguidos em 2020, observa.

No ano passado, 5.898 cristãos foram mortos, um aumento de 24% em relação ao ano anterior, quando foram contabilizadas 4.761 vítimas mortais, sendo que oito em cada 10 cristãos mortos estavam na Nigéria, refere o relatório.

Além disso, o número total de igrejas fechadas, atacadas e destruídas subiu para 5.110 no ano passado, contra de 4.488 em 2020.

A Portas Abertas também sublinha “um aumento de 44% no número de cristãos detidos devido à sua fé” (4.277 casos em 2020, 6.175 casos em 2021).

Com todas as formas de perseguição registadas, o Afeganistão liderou este ‘ranking’ anual em 2021, sendo seguido pela Coreia do Norte, a Somália, a Líbia, o Iémen, a Eritreia e a Nigéria.

No Afeganistão, a perseguição ganhou “uma nova dimensão com a tomada do poder pelos talibãs”, avisa a organização não governamental, acrescentando que “os talibãs puseram as mãos em documentos que permitem a identificação de certos convertidos ao cristianismo e procuram-nos ativamente”.

“Os homens convertidos são mortos no local e as mulheres ou as meninas são violadas ou casadas à força com jovens talibãs”, revelou o responsável da Portas Abertas Guillaume Guennec.

Segundo este diretor da organização, é difícil saber “quantos foram mortos, mas o número é desproporcional em relação aos anos anteriores”.

A Portas Abertas França foi criada em 1976 e faz parte da rede Open Doors International (Portas Abertas Internacional).