Cento e três jogos do Campeonato. 27 encontros na Liga dos Campeões entre fase de grupos, a eliminar ou de qualificação. Cinco partidas na Taça de Portugal. Dois jogos na Supertaça. Ao longo de três anos e meio no Benfica, Vlachodimos já tinha experimentado quase todos os palcos mas nunca tinha feito qualquer minuto na Taça da Liga. Esta noite em Leiria, apesar da rotatividade na baliza em provas nacionais que não o Campeonato, o grego manteve a titularidade em vez de Helton Leite. Mais do que isso, e num encontro de registos históricos, acabou por ser a grande figura da qualificação para a final da competição.

Vlachodimos tirou duas toneladas de cima de uma equipa demasiado leve (a crónica do Benfica-Boavista)

O internacional tornou-se esta noite apenas o nono guarda-redes dos encarnados a chegar aos 150 ou mais jogos oficiais na baliza do clube, sendo apenas o segundo estrangeiro a chegar à marca depois do belga Michel Preud’Homme na década de 90. A dupla juntou-se a alguns dos números 1 mais importantes da história do Benfica, como Bento, Costa Pereira, José Henrique, Silvino, Martins, José Bastos e Quim.

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Além de ter feito seis defesas que mantiveram o Benfica na frente ou empatado ao longo dos 90 minutos, duas a remates de Musa com grande nota artística, Vlachodimos seria também determinante nas grandes penalidades, travando uma das tentativas e sofrendo apenas dois golos (os outros dois remates saíram por cima e ao lado). Ainda assim, os encarnados aumentaram a série na Taça da Liga para apenas uma vitória no final dos 90 minutos nos últimos dez encontros, ganhando ainda mais dois nos penáltis.

“Acho que foi um típico jogo de Taça [da Liga]. Foi um jogo difícil, num campo difícil mas no final fomos felizes, atingimos o nosso objetivo”, começou por dizer o guarda-redes na zona de entrevistas rápidas da SportTV. “Feliz com a minha exibição? Podia estar mais feliz se mantivesse a zeros… Estou feliz com a equipa. Ganhamos juntos, perdemos juntos. Tento fazer o meu melhor para ajudar a equipa”, referiu.

“Há que valorizar a nossa passagem à final, que era o objetivo da equipa. Na primeira parte fizemos um bom jogo, com domínio, a criar oportunidades de golo. Na segunda parte, sofremos o penálti aos dez minutos e a equipa retraiu-se um pouco. Mas terminámos por cima, com vontade de evitar os penáltis. Podíamos tê-lo feito no remate do Pizzi, com uma grande defesa do guarda-redes. Mas globalmente a equipa fez o que lhe competia, que era chegar à final. Na primeira parte tivemos um grande domínio, a segunda fica marcada pelo penálti, que nos retraiu. Acabámos por cima, com oportunidades para marcar”, analisou Nelson Veríssimo, treinador no Benfica, também na flash interview.

“Dificuldades na direita? Naturalmente não jogamos sozinhos. O Boavista teve mérito para explorar espaço na direita. Tentámos retificar mas não conseguimos. Ainda assim, não jogamos sozinhos e há que dar mérito à réplica do Boavista e sublinhar que conseguimos o nosso objetivo. Penáltis? Não são uma lotaria porque trabalhámos isto, sabíamos que podia decidir-se assim. Pode haver sorte mas acreditamos no trabalho e competência”, acrescentou, não revelando ainda assim se preferia cruzar agora com Sporting ou Santa Clara no encontro decisivo da Taça da Liga: “O que prefiro é fazer uma viagem sossegada, analisar este encontro e amanhã [quarta-feira] ver o jogo que ditará o nosso adversário”.