A quantidade de sardinhas e biqueirões presente no mar tem estado a diminuir ao longo dos anos. Além de fatores como as alterações climáticas, a pesca excessiva e a presença de microplásticos na água, um outro fator, concluiu-se agora, está relacionado com a diminuição destas espécies de peixes.
A quantidade de sardinhas e biqueirões — conhecidos também como anchovas — é inversamente proporcional à quantidade de alforrecas no mar. Segundo um estudo publicado na revista Estuarine, Coastal and Shelf Science, uma presença excessiva de medusas pode reduzir em até 45% a presença de sardinhas e biqueirões.
José Baéz, um dos investigadores responsáveis pelo estudo, do Instituto Espanhol de Oceanografia, explicou segundo o El País, que “a pesca excessiva dos seus predadores [das alforrecas] como o atum e o peixe espada favoreceram o desenvolvimento de mais” medusas.
Realizado durante três anos, o estudo analisou dados desde 2001 relativos ao mediterrâneo ocidental, e apresentou dois motivos de destaque para a ameaça que as alforrecas representam para as sardinhas e as anchovas.
Em primeiro lugar, o local onde as alforrecas se desenvolvem, e onde formam volumosos enxames, corresponde aos mesmos sítios onde os biqueirões desovam, sendo que as ovas desta espécie, assim como os peixes em fase juvenil, são fonte de alimento para as medusas.
A segunda razão apontada pelo estudo é que as alforrecas também se alimentam de plâncton, assim, quanto mais medusas existem num dado local, menos alimento sobra para as espécies de peixe.
Uma das soluções para a diminuição do número de alforrecas, explicou José Baéz ainda ao El País, poderá passar pela redução da pesca de espécies predadoras de medusas, como o atum, os tubarões e o peixe espada, assim como as tartarugas.