União Europeia, Estados Unidos, NATO e OSCE analisaram esta terça-feira os desenvolvimentos na crise Rússia-Ucrânia, incluindo a carta russa enviada aos EUA com os seus pedidos, e reafirmaram “estreita” coordenação na defesa da arquitetura de segurança europeia.

Estas foram as principais conclusões de um contacto telefónico “quadrilateral” mantido esta terça-feira entre o alto representante para a política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, e o presidente em exercício da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), o chefe da diplomacia polaca Zbigniew Rau, informou Peter Stano, porta-voz da política externa comunitária.

Os quatro, que mantiveram o seu primeiro encontro neste formato em 19 de janeiro devido à presente crise, discutiram esta terça-feira “os últimos desenvolvimentos e atividades diplomáticas relacionadas com o reforço militar da Rússia na Ucrânia e arredores”, indicou Stano em comunicado.

Borrell, Blinken, Stoltenberg e Rau abordaram os pedidos de Moscovo sobre “reorganizações” na segurança europeia, incluindo a carta de segunda-feira do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, onde responde à missiva enviada alguns dias antes pelos Estados Unidos e que respondeu aos pedidos de garantias de segurança de Moscovo.

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“Enquanto se preparam as respostas, [os quatro] reafirmaram a necessidade de defender os princípios fundamentais da arquitetura de segurança europeia”, sublinhou o porta-voz do Serviço Europeu de Assuntos Externos, dirigido por Borrell.

O porta-voz acrescentou que foi acordado “prosseguir as discussões para abordar a situação de segurança atual, inclusive através do compromisso bilateral e multilateral e uma estreita coordenação a todos os níveis”.

No decurso da chamada que mantiveram esta tarde, os quatro sublinharam a “importância” da OSCE como “plataforma adequada para estes debates”.

A presidência polaca em exercício da OSCE pode contar com “o pleno apoio” da União europeia, concluiu o porta-voz de Borrell.

Os interlocutores reafirmaram ainda a sua determinação na defesa da “arquitetura de segurança europeia existente” e em manter “uma frente transatlântica forte e unida”.

O Presidente russo Vladimir Putin disse esta terça-feira que os Estados Unidos e aliados ignoraram os pedidos da Rússia sobre garantias de segurança, mas manifestou-se disposto a prosseguir conversações com o ocidente para diminuir tensões em torno da Ucrânia.

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Putin argumentou ser possível negociar o fim do atual impasse, caso sejam considerados os interesses de todas as partes, incluindo as preocupações da Rússia sobre a segurança do seu território.

O líder do Kremlin lamentou a recusa do ocidente em responder aos pedidos sobre o não alargamento da NATO em direção à Ucrânia, o envio de armamento aliado para junto das fronteiras da Rússia e o recuo das suas forças militares estacionadas na Europa de leste.

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Estes pedidos, rejeitados pela NATO e os Estados Unidos como impossíveis de abordar no atual estado das negociações, coincidem com os receios de uma invasão russa da Ucrânia após a concentração de cerca de 100.000 tropas russas perto das fronteiras ucranianas. Até ao momento, as conversações entre a Rússia e o ocidente não registaram progressos significativos.