Um grupo de cientistas está a desenvolver no Reino Unido um teste único capaz de prever o risco que uma mulher tem de desenvolver quatro cancros: de mama, dos ovários, do útero e do colo do útero.

Com uma amostra recolhida durante um exame de rotina de rastreio ao cancro do colo do útero e com a utilização de células cervicais, os investigadores afirmam que é possível estimar a probabilidade de desenvolvimento dos quatro cancros nas mulheres.

De acordo com um artigo publicado na revista Nature, a investigação “The DNA methylome of cervical cells can predict the presence of ovarian cancer” admite também conseguir impedir o desenvolvimento de cancros antes de começarem a afetar a saúde das mulheres.

Criar uma nova ferramenta de triagem para os quatro cancros que mais afetam as mulheres a partir de um único teste pode ser revolucionário”, disse ao jornal The Guardian Athena Lamnisos, chefe-executiva do centro de investigação Eve Appeal, que financia o estudo.

Para desenvolverem este estudo, os cientistas utilizaram amostras de células cervicais de 242 mulheres com cancro do ovário e de 869 mulheres sem a doença. Conseguiram medir 14 mil alterações epigenéticas e identificar uma amostra única de ADN que poderá ser útil para detetar ou prever a presença deste tipo de cancro.

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As alterações genéticas do cancro da mama também foram avaliadas através de amostras de 329 mulheres com a doença e 869 sem. Os investigadores garantem ter conseguido identificar as doentes que tinham o cancro com base numa amostra epigenética única.

Para ser possível confirmar a eficácia do teste que está a ser desenvolvido no Reino Unido são necessárias mais pesquisas e ensaio clínicos. O centro Eve Appeal acredita que no futuro serão atribuídas às mulheres “pontuações de risco” para cada um dos cancros. Aquelas que tiverem alta probabilidade de desenvolver as doenças devem passar a realizar exames de rotina mais regularmente.

O jornal The Guardian informa que os cancros de mama, ovário, útero e colo do útero juntos representam 47% de todos os tumores em mulheres. Em alguns, a taxa de sobrevivência permanece baixa. Assim, ser capaz de detetar estas doenças mais cedo pode melhorar os resultados e a eficácia dos tratamentos.