Uma nova variante mais virulenta e contagiosa do VIH foi identificada por uma equipa internacional de cientistas da Universidade de Oxford. Chama-se VB, um nome atribuído por fazer parte do subtipo B do VIH.

Os investigadores identificaram 109 casos desta nova variante, a maioria nos Países Baixos e dois na Bélgica e na Suíça. Os cientistas concluíram que a nova variante representa um maior peso para a saúde de uma pessoa infetada do que outras. A VB triplica a quantidade usual do vírus VIH no sangue dos doentes.

Ainda assim, o estudo publicado esta quinta-feira na revista Science, garante que não existem motivos para preocupação, uma vez que os tratamentos atuais para o VIH — com fármacos antirretrovirais — conseguem responder a uma infeção com a VB.

“As pessoas não precisam de se preocupar. A descoberta desta variante sublinha a importância das recomendações que já estavam em vigor: que as pessoas em risco de contrair o VIH devem ter acesso a testes regulares para permitir um diagnóstico precoce e um tratamento imediato”, afirmou o epidemiologista Chris Wymant, da Universidade de Oxford, citada pelo El País.

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Os investigadores suspeitam também que a maior transmissibilidade da nova variante não se deva às características das pessoas infetadas, mas sim às propriedade do vírus em si. Chris Wymant destaca que o VIH afeta as pessoas de maneiras muito diferentes.

Os cientistas avisam que o VIH não para de sofrer mutações, o que levou o bioinformático Joel Wertheim, da Universidade da Califórnia, nos EUA, a acreditar que a descoberta de uma nova variante deste vírus pode ser uma lição importante para a pandemia de Covid-19.

As pandemias de VIH e SARS-CoV-2 mostram que os vírus podem e vão evoluir por seleção natural para uma maior virulência”, alerta.

O estudo da Universidade de Oxford analisou as características genéticas do VIH em cerca 7.500 pessoas infetadas em oito países europeus: Alemanha, Bélgica, Finlândia, França, Países Baixos, Reino Unido, Suécia e Suíça.

Os cientistas, que estudam as mutações dos VIH desde 2014, estimam que a variante VB terá surgido nos Países Baixos entre o final dos anos 80 e o início dos anos 90. A disseminação foi rápida nos primeiros anos, mas por volta de 2010 começaram a ser identificados cada vez menos casos.