Apesar de ser um dos melhores ataques do Campeonato, o FC Porto chegava a Arouca apenas com três golos em 20 jogos de fora da área, sendo que dois tinham sido apontados por um dos jogadores que deixou o clube no recente mercado de transferências (Sérgio Oliveira). No entanto, só mesmo assim os dragões conseguiram furar a muralha dos visitados, com Vitinha a apostar nessa exceção para comprovar uma regra: as vitórias dos azuis e brancos na Primeira Liga. Neste caso, a 16.ª consecutiva. E com mais registos à mistura.

Vitinha pensa tão à frente que consegue ler o futuro (a crónica do Arouca-FC Porto)

Com o triunfo em Arouca, os dragões igualaram não só as 16 vitórias seguidas de 2010/11 com André Villas-Boas mas também aquele que era o segundo melhor arranque de sempre de Campeonato à 21.ª jornada, só superado pela campanha do Benfica em 1972/73 com Jimmy Hagan que ainda não tinha perdido qualquer ponto até esse momento. Mais: naquele que foi o nono encontro seguido com dois ou mais golos marcados e que ao mesmo tempo permitiu “fechar” a baliza (curiosamente no regresso de Pepe à equipa), o FC Porto aumentou a série de partidas sem derrotas na prova para 49, cada vez mais próximo daquele que é o registo máximo dos azuis e brancos entre 2011 e 2013 (55) e do registo máximo do Benfica (56).

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No entanto, e no final do jogo, todas as atenções estavam centradas em Diogo Costa, guarda-redes que era totalista e que teve de sair de maca na parte final após uma assistência de quase dez minutos (o que levou à estreia de Marchesín na Primeira Liga, a par dos reforços Galeno e Eustáquio). “Ainda não sabemos mais pormenores sobre o que se passa, foi agora ao hospital fazer mais exames”, explicou Sérgio Conceição.

“É sempre difícil jogar aqui em Arouca, num relvado que também não é fácil de jogar, contra uma equipa bem organizada, agressiva, com muita intensidade no jogo. Houve pouca espetacularidade, poucos lances no último terço. Tivemos um golo anulado por cinco centímetros, uma outra situação na primeira parte, não criámos mais pela qualidade defensiva do Arouca do que por demérito nosso. Na segunda parte, entrámos fortes, conseguimos marcar, criámos situações para poder definir doutra forma. Podíamos ter ampliado a vantagem mas seria exagerado e injusto para que o Arouca fez em campo”, começou por dizer o técnico dos azuis e brancos sobre o triunfo em Arouca, na zona de entrevistas rápidas da SportTV.

As 16 vitórias seguidas fazem sentido se ganharmos o Campeonato em maio. As vitórias devem servir para festejar títulos, agora não”, voltou a reforçar Sérgio Conceição.

“Três substituições após o golo? Mantive o plano porque queria chegar rapidamente ao segundo golo. Faltou-nos capacidade para atacar mais as costas da defesa do Arouca, principalmente no primeiro tempo. Procurei isso com o Galeno, para dar mais peso ao ataque, com a entrada do Taremi também. Houve mais projeção por parte do lateral direito. O João Mário dá-nos essa profundidade. Com as alterações melhorámos e conseguimos o objetivo”, salientou, falando também sobre o facto de voltar a não sofrer golos em dia de regresso de Pepe. “Deve-se a todo o trabalho coletivo. Não sofrer tem que ver com a boa organização em todos os setores. A solidez defensiva é essencial para ganhar jogos. Hoje estivemos bem nesse aspeto. Não sendo um treinador conservador, não gosto de sofrer golos porque fica mais difícil ganhar”.

Já na conferência de imprensa, Sérgio Conceição não se esqueceu de um nome que deixou saudades no clube (e que até fez este domingo a estreia pelo novo emblema), Luis Díaz. “Senti, na primeira parte, alguma falta de ataque ao espaço, algo em que o Luis [Díaz] é muito forte. Temos outros jogadores, é preciso perceber as características dos que ficaram, nomeadamente o Pêpê. É um jogador que gosta mais de ir para zonas interiores e não tanto, apesar de ser rápido, explorar a profundidade. O Galeno também é capaz de o fazer. Ele entrou porque faltava diversidade no jogo ofensivo. Treinámos algumas situações dependendo do melhor onze para enfrentar os adversários e com base no que somos como equipa”, frisou.