Os Estados Unidos afirmaram que a Rússia já tem a postos 70% da força militar necessária para invadir qualquer cidade da Ucrânia, incluindo a capital Kiev. O ex-ministro ucraniano Andriy Zagorodnyuk também admitiu em entrevista ao The Guardian que a situação é “bastante grave”, mas “ainda não se veem os 200 mil militares necessários para uma invasão em grande escala”.

Ainda assim, a invasão pode acontecer “a qualquer momento”, acredita a administração de Joe Biden. O conselheiro de segurança nacional norte-americano, Jake Sullivan, disse mesmo à NBC este domingo que “pode acontecer tão depressa como amanhã ou pode levar ainda algumas semanas”, citou o The Guardian. Certo é que “a Rússia posicionou as capacidades para montar uma operação significativa”.

Segundo as autoridades dos Estados Unidos, os russos têm 83 “grupos táticos de batalhões” posicionados na fronteira com a Ucrânia e outros 14 a caminho. Serão 110 mil militares no total.

Como há duas semanas o número de batalhões limitava-se aos 60, os norte-americanos acreditam que dentro de duas semanas a administração de Vladimir Putin já pode ter reunido tropas suficientes para um ataque em grande escala, ao atingir os 110 a 130 batalhões.

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Ainda nos cálculos da presidência de Joe Biden, um ataque com 100% do armamento pode provocar a morte ou ferimentos a 50 mil civis, a morte de até 25 mil soldados ucranianos e de 10 mil militares russos. A invasão pode ainda desencadear a fuga de milhares de ucranianos em busca de refúgio na Europa.

Dmitri Polianski, vice-embaixador de Moscovo na Organização das Nações Unidas (ONU), comentou estas afirmações atirando no Twitter que “a loucura e o alarmismo continuam” — uma reação em linha com a posição oficial de Moscovo, que recusa ter um plano para invadir a Ucrânia: “E se disséssemos que os EUA poderiam tomar Londres numa semana e causar 300 mil mortes civis?”, questionou Polianski.

De resto, Andriy Zagorodnyuk defendeu no The Guardian que a invasão da Ucrânia pela Rússia não é inevitável: “Não vemos um beco sem saída político aqui. Se Putin tomar Kiev, haverá guerra em grande escala. As forças do exército ucraniano vão lutar. Haverá uma enorme resistência para sempre. Porque é que faria isso?”, questionou o ex-ministro ucraniano.