O Governo da província canadiana de Ontário anunciou esta segunda-feira o levantamento a 1 de março da obrigação de prova de vacinação contra a Covid-19, justificando que tal já “é seguro” e rejeitando estar a ceder aos protestos em curso.

O primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, disse que no dia 1 de março a província vai deixar cair a exigência de que as pessoas mostrem prova de vacinação para entrar em restaurantes, ginásios e eventos desportivos.

“Deixem-me ser muito claro: estamos a avançar nesta direção porque é seguro fazê-lo. O anúncio de hoje [desta segunda-feira] não é por causa do que está a acontecer em Otava ou Windsor”, disse Ford.

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A província, a mais populosa do Canadá, também vai levantar o seu limite de 50% de capacidade em restaurantes a partir desta quinta-feira, quatro dias antes do previsto.

Ford não indicou uma data para deixar cair a exigência de que as pessoas usem máscaras em locais públicos.

Uma forte vaga de casos causados pela variante Ómicron do coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 atingiu o Canadá, levando as autoridades a reforçar as medidas restritivas nas últimas semanas.

As restrições suscitaram nas últimas semanas fortes protestos por parte de camionistas que bloquearam a mais movimentada passagem fronteiriça entre os EUA e o Canadá e paralisaram a capital do país, Otava.

A fronteira voltou a abrir esta segunda-feira, depois de a polícia ter retirado o último dos manifestantes que tinham bloqueado a ponte de acesso durante quase uma semana.

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O protesto em Otava que paralisou o centro da cidade permanece e enfureceu os moradores que se queixam de falta de ação da polícia.

Numa carta aos manifestantes, o presidente da Câmara de Otava, Jim Watson, disse que os moradores estão “exaustos” e “no limite” devido às manifestações, e alertou que algumas empresas estão à beira de um encerramento permanente.

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A cidade parecia ter chegado a um acordo em que os manifestantes iriam sair de áreas residenciais e limitar as suas manifestações à zona circundante do parlamento, mas essa perspetiva rapidamente desapareceu.

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O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, convocou para esta segunda-feira uma cimeira de emergência com os chefes de governo de todas as províncias do país para discutir a crise causada pelos protestos e possíveis medidas para resolver a situação.

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No domingo, Trudeau reuniu-se com o Grupo de Resposta a Incidentes (GRI), um gabinete de emergência composto por alguns ministros e altos funcionários.

Antes mesmo dessa reunião, o ministro da Segurança Pública e Prevenção de Emergências, Bill Blair, avisou que o Governo pode vir a invocar as leis de emergência do país, o que pode significar o uso das forças armadas.