A ONU avisou esta quinta-feira que a situação na Ucrânia é “extremamente perigosa” e pediu a todas as partes que resolvam as tensões através da diplomacia, especialmente após os relatos de confrontos armados no leste do país.

“Abundam as especulações e acusações sobre um possível conflito militar. Independentemente do que se acredite sobre a perspetiva de tal confronto, a realidade é que a situação atual é extremamente perigosa“, referiu a secretária-geral adjunta da ONU para as Questões Políticas, Rosemary DiCarlo.

Para a diplomata norte-americana “não há alternativa à diplomacia” e todos os países têm de cumprir a Carta das Nações Unidas, evitando ameaças ou uso da força contra a “integridade territorial ou independência política de qualquer Estado”.

A secretária-geral adjunta da ONU falava na abertura da reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, dedicada à situação na Ucrânia e aos receios dos países ocidentais de que a Rússia prepara uma invasão iminente àquele país.

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Os Acordos de Minsk, adotados desde 2014 para a resolução do conflito no leste da Ucrânia são interpretados de uma forma diferente por Moscovo e Kiev e nunca foram totalmente implementados.

DiCarlo lamentou a falta de progresso nestes acordos e manifestou preocupação com “relatos de novas violações do cessar-fogo nas últimas horas através da linha de contacto”.

Apelamos a todas as partes para que exerçam a máxima contenção neste momento sensível“, insistiu.

O exército ucraniano e as forças separatistas pró-Rússia acusaram-se esta quinta-feira mutuamente de bombardeamentos e de uma escalada de tensão no leste da Ucrânia, região em conflito desde 2014, em plena crise entre Moscovo e o Ocidente.

A reunião do Conselho de Segurança, agendada anteriormente, ganhou especial relevância com os acontecimentos dos últimos dias.

Os Estados Unidos insistiram esta quinta-feira que não vêm nenhuma evidência da retirada anunciada das unidades militares russas posicionadas perto das fronteiras da Ucrânia.

“A evidência no terreno é que a Rússia está a mover-se em direção a uma invasão iminente. Este é um momento crucial”, realçou a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield.

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O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, decidiu mudar a sua agenda à última da hora, para participar esta quinta-feira da sessão do Conselho de Segurança antes de voar para a Alemanha, para participar da Conferência de Segurança de Munique.

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