A mortalidade específica por Covid-19 deixou de estar em “tendência crescente” em Portugal e passou a estar em “tendência estável”. É também “expetável” que a pressão nos hospitais e que a mortalidade venham a “decrescer nas próximas semanas”.
Estas são algumas das ideias expressas no novo relatório relativo à monitorização de linhas vermelhas para a Covid-19 em Portugal, publicado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).
Face ao relatório emitido há exatamente uma semana, há algumas alterações. Desde logo na evolução da prevalência dos novos casos de infeção na população com 65 anos ou mais (portanto, tendencialmente de maior risco) em Portugal. Se há uma semana o acumulado dos 14 dias anteriores apontava para uma “tendência estável” de infeções nesta população, agora verifica-se uma “tendência decrescente”.
Relativamente à proporção de testes positivos (por total de testes de diagnóstico feitos), há agora uma “tendência decrescente” na percentagem de diagnósticos que confirmam a infeção. Apesar de continuar a haver bastante mais do que 4% de testes positivos entre todos os que são feitos (o limiar definido pelas autoridades de saúde), a percentagem de testes positivos é agora de 14,5%. Há uma semana, era de 18,3% e a tendência era ainda “crescente”.
O relatório do INSA detalha ainda o crescimentos dos casos da linhagem BA.2 da variante Omicron no país. Notando que os casos desta linhagem têm indiciado “um progressivo aumento de circulação nas últimas semanas”, estima-se agora “uma frequência relativa de 29% à data de 17 de fevereiro de 2022, com tendência crescente”. Há uma semana, o relatório do INSA referia apenas um “progressivo aumento de circulação da linhagem BA.2 da variante Omicron”, sem quantificar esse crescimento.
Ómicron. BA.2 mais transmissível que BA.1, mas sem razões para alarme
Um dos dados mais relevantes do relatório publicado esta sexta-feira passa, porém, pela evolução dos índices de mortalidade por Covid-19. Embora o INSA continue a classificar o impacto da pandemia no país como “muito elevado”, a mortalidade deixou de apresentar uma “tendência crescente” para passar a apresentar uma “tendência estável”.
Também relativamente à pressão sobre os hospitais e às previsões sobre a evolução da mortalidade provocada pelo vírus há novidades. Se há uma semana o INSA indicava que “a pressão nos
serviços de saúde e o impacto na mortalidade são ainda elevados”, considera agora que “é expetável que a pressão nos serviços de saúde e que o impacto na mortalidade venham a decrescer nas próximas semanas”.
É ainda referido que os cidadãos com esquema vacinal completo tiveram “um risco de internamento duas a sete vezes menor do que os cidadãos não vacinados, entre o total de infetados em janeiro” e que o risco de morte neste grupo foi de “duas a seis vezes menor” do que na população não vacinada. “Na população com 80 e mais anos, a dose de reforço reduziu o risco de morte por Covid-19 em quase quatro vezes em relação a quem tem o esquema vacinal primário completo”, lê-se ainda no documento.