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PAN. Quem quer derrubar Inês Sousa Real da liderança do partido?

Este artigo tem mais de 2 anos

Militantes organizaram-se para tentar precipitar um Congresso Eletivo extraordinário, mas estão a ter dificuldades na comunicação com o PAN. Quem são as caras do movimento que pede um Congresso?

A porta-voz  do PAN, Inês de Sousa Real (2E), discursa no encerramento das Jornadas Parlamentares do partido, sob o tema “Travar o Ponto de Não Retorno”,  Leiria, 06 de julho de 2021. PAULO CUNHA /LUSA
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Nelson Silva, o deputado que substituiu André Silva na Assembleia da República tem sido um dos principais críticos da atual direção

PAULO CUNHA/LUSA

Nelson Silva, o deputado que substituiu André Silva na Assembleia da República tem sido um dos principais críticos da atual direção

PAULO CUNHA/LUSA

Os resultados do PAN nas eleições autárquicas não foram brilhantes e a perda de 75% da representação parlamentar nas legislativas antecipadas de 30 de janeiro vieram expor o mal-estar interno com a liderança de Inês Sousa Real. Até André Silva, o antecessor no cargo de porta-voz, veio pela primeira vez a público e logo para reclamar a realização de um Congresso Extraordinário e a demissão de Inês Sousa Real. Nesse mesmo dia, o órgão máximo entre congressos tinha visto sair vários membros e em poucos dias já se mobilizavam para recolher o número de assinaturas necessário para a realização de um Congresso Extraordinário. Quem são, afinal, estas pessoas?

Aos órgãos de comunicação social estes filiados do PAN apresentam-se como “um coletivo organizado” para “angariar as subscrições para a convocação de um congresso extraordinário eletivo”. Há alguns nomes que encabeçam a lista que importa conhecer e outros que — não estando nos primeiros subscritores — também são importantes no partido e são potenciais alternativas para a liderança.

Carolina Almeida e Inês Sousa Real em Viseu durante a campanha para as eleições legislativas

Carolina Almeida

Carolina Almeida é a primeira signatária da recolha de assinaturas. Foi uma dos 10 dirigentes do partido que saíram da Comissão Política Nacional no início do mês depois de ter sido anunciada a decisão de “auscultar as bases” e evitar um Congresso Extraordinário.

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Filiou-se no partido em 2015, esteve até aqui sempre alinhada com a direção e, à semelhança de todos os outros (Inês Sousa Real incluída), era uma forte defensora da liderança de André Silva. É a porta-voz da comissão política distrital de Viseu, que foi fundada em 2018.

Psicóloga de formação, dá também formação nas áreas de Inteligência Emocional e outros cursos na área comportamental e foi a cara escolhida pelo partido para encabeçar a lista às legislativas de 30 de janeiro pelo círculo de Viseu à semelhança do que tinha acontecido em 2019.

Antes, e na condição de uma das fundadores do PAN em Viseu, foi inclusivamente candidata à autarquia em 2017 conquistando 1.043 votos. Já nas autárquicas deste ano, foi a cabeça de lista à Assembleia Municipal com o PAN a segurar apenas 657 votos.

Soraya Ossman na campanha das eleições legislativas de 2022. FOTO: Facebook/PanLouresAutarquicas2017

Soraya Ossman

Soraya Ossaman, uma das eleitas pelo PAN nas autárquicas de setembro de 2021, é outro dos nomes que mais recentemente ganhou destaque fora da dinâmica interna do partido. Com 31 anos, a licenciada em Direito foi candidata à autarquia de Loures, tendo sido eleita como deputada municipal.

É porta-voz da comissão política concelhia de Loures desde 2020. Na candidatura às autárquicas defendeu “modelos habitacionais cooperativos como o co-living e o co-housing e a sua inclusão na Estratégia Local de Habitação” e frisava que “o direito a uma habitação condigna deve ser uma obrigação de todos os órgãos de governação”.

Apesar de não estar há tantos anos no partido como as restantes figuras, tem ganhado importância de forma constante, sendo um dos principais nomes apontados a uma hipotética liderança de uma corrente alternativa a Inês Sousa Real.

Rui Prudêncio (o terceiro na imagem, contando da esquerda) é um dos filiados mais antigos no PAN

Rui Prudêncio

Ao contrário de Soraya Ossman, Rui Prudêncio é um dos nomes históricos no PAN, mas que sempre se manteve afastado do lado mais público. Nos bastidores do partido é tido como um dos ativos mais importantes, foi funcionário do partido durante algum tempo e integrou a anterior Comissão Política Nacional quando André Silva liderava o partido.

Nas legislativas de 2019 foi o nome escolhido pelo partido para encabeçar a lista pelo círculo de Leiria, depois de ter sido responsável por criar a distrital (no ano anterior). Em 2017 tinha feito a estreia do PAN nas eleições autárquicas em Mafra, numa candidatura que mereceu 254 votos (em 2021 foram 285).

De entre as funções que lhe foram atribuídas enquanto funcionário do PAN, esteve responsável pela área do apoio autárquico, mas foi dispensado das funções recentemente, não tendo neste momento qualquer ligação laboral com o PAN após vários anos em funções de confiança nas direções de André Silva e Sousa Real.

Pedro Neves é deputado na Assembleia Regional dos Açores

LUSA

Pedro Neves

O deputado açoriano Pedro Neves está no PAN desde 2014 e foi eleito nas eleições regionais de outubro de 2020. Poucos meses depois — no congresso que levou Sousa Real à liderança — tinha conquistado uma grande vitória interna, através da legitimação nos estatutos da autonomia do PAN-Açores (e Madeira), uma luta antiga no partido.

Com o chumbo do Tribunal Constitucional às alterações aos Estatutos, quer Pedro Neves, quer o porta-voz do PAN na Madeira — Joaquim José Sousa — já emitiram um comunicado conjunto a defender a realização de um congresso extraordinário, onde a auscultação de filiados foi classificada “exercício de poder desproporcionado”.

Falando no “direito mais democrático de um partido na sua jurisdição territorial”, pediram os líderes regionais a “realização de um Congresso Nacional Extraordinário o mais rapidamente possível”, com o objetivo de “retificar urgentemente os estatutos para que as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira não fiquem impedidas de realizar congressos a nível regional.” Ainda assim, no comunicado dizem “que não é a posição de Inês Sousa Real enquanto porta-voz que está em causa” nem o mandato na Assembleia da República.

Ao Observador, Pedro Neves esclarece que nenhum dos porta-vozes regionais subscreveu o manifesto para o congresso eletivo, mas a par com Nelson Silva, é tido como uma das pessoas com melhores condições para liderar uma corrente alternativa à liderança de Sousa Real e, sabe o Observador, entre os pares é o que reúne neste momento maior consenso.

Nelson Silva no Congresso que levou Inês Sousa Real à liderança do partido em junho de 2021

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Nelson Silva

Com o fraco resultado do PAN nas legislativas de 30 de janeiro, Nelson Silva  — que era número dois por Lisboa e tinha o lugar garantido até no pior cenário imaginado dentro do PAN — acabou mesmo por ficar de fora. O PAN só conseguiu manter um lugar em Lisboa e esse é de Inês Sousa Real, que era cabeça de lista na capital.

Nelson Silva saltou para o palco mediático quando entrou para a Assembleia da República para substituir outro Silva. Com a saída de André Silva, o discreto Nelson Silva ganhou destaque, por exemplo, nas reuniões com Marcelo Rebelo de Sousa.

E se até às eleições tudo apontava para que estivesse alinhado com a direção, o curto resultado do PAN colocou em evidência uma relação precisamente contrária. Nelson Silva vai mantendo a tónica nas críticas às opções políticas, tentando não personalizar em Sousa Real, mas esta não se coíbe de lhe apontar as armas acusando-o de estar aliado a André Silva. “A dupla Silva”, como a eles se referiu já por mais de uma vez Sousa Real, é acusada de ter enviado várias cartas anónimas com denúncias, entre elas o caso das estufas da atual líder do partido.

Formado em cinema, com uma passagem pela academia de cinema de Londres, Nelson Silva foi militante do Bloco de Esquerda num breve período de tempo. Ao Observador diz ter “pedido a fé no PEV muito cedo”, chegou a participar num acampamento de verão do Bloco de Esquerda, mas inicialmente não se reviu no partido.

Só depois da passagem pelo Reino Unido e de regressar a Portugal se fez militante do BE. Não lhe agradou a democracia interna que viu no partido na altura, mas era “o único semi-ambientalista” no espetro político português e por isso esteve alguns meses como militante.

Acabou por ser um familiar a levá-lo para o PAN, onde se filiou depois de uma conversa com André Silva. Foi o responsável por dinamizar a concelhia de Odivelas do PAN, o que não surpreende quem o conhece. Já durante a vida estudantil, fechou a escola onde estudava, a Escola Secundária David Mourão Ferreira a cadeado — em 2002 –, e só cedeu depois de uma reunião com o então Secretário de Estado da Educação.

Com um extenso currículo na área do cinema e com nomeações concedidas à curta metragem Yael que realizou, Nelson Silva trabalhou também como lobista na Organização Não Governamental Water.org, que se dedica a levar soluções de água potável às populações em África e na América do Sul.

Em 2019 era o terceiro na lista por Lisboa, daí ter conseguido chegar à Assembleia da República com a renúncia de André Silva e foi também eleito deputado municipal do PAN na Assembleia Municipal de Odivelas. No PAN conta também com a presença da mulher, ainda que não partilhem quaisquer órgãos do partido.

É um dos nomes apontados a uma lista oponente à de Sousa Real no próximo Congresso, já que tem dado a cara e assumido as críticas ao rumo que a direção do partido tem seguido nos últimos meses. À semelhança dos restantes, sempre esteve alinhado com André Silva e defendeu também a solução de Inês Sousa Real para o cargo de porta-voz do partido– ainda que agora assuma que a líder do PAN deixou de ter condições para continuar.

Artigo alterado às 21h37 clarificando que os porta-vozes regionais dos Açores e Madeira não subscreveram o manifesto pelo congresso eletivo extraordinário

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