O Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) de Moçambique apresentou esta quarta-feira três pessoas detidas por suspeita de estarem envolvidas na onda de raptos que tem assolado as principais cidades moçambicanas.
Trata-se de um homem e duas mulheres, que terão sido detidos na sequência das investigações que as autoridades tem estado a levar a cabo para travar a onda de raptos em Moçambique, disse à comunicação social o porta-voz do Sernic, Hilário Lole, momentos após apresentar os indiciados na província de Maputo.
“Estes três indivíduos foram detidos numa circunstância em que se preparavam para um novo crime de rapto na cidade de Maputo”, declarou o porta-voz do Sernic, acrescentando que um deles esteve envolvido em pelo menos dois raptos registados na capital moçambicana.
Os indiciados foram detidos numa residência que terá sido, em janeiro, arrendada para ser usada como cativeiro na província de Maputo, segundo a investigação do Sernic, que também apreendeu no local uma viatura adquirida pelo grupo.
“Estes indivíduos arrendaram esta residência em janeiro por um período de três meses, a um preço de 600 mil meticais [cerca de 8 mil euros], mas só vieram ocupar a mesma casa no dia 15 de fevereiro”, acrescentou o porta-voz do Sernic.
Após um período de relativa acalmia, as cidades moçambicanas, principalmente a capital do país, voltaram a ser assoladas desde 2020 por uma onda de raptos, visando principalmente homens de negócios ou seus familiares.
Em novembro de 2021, a Polícia da República de Moçambique lançou a formação de uma força mista para responder a este tipo de crime, um grupo de oficiais que vão ser capacitados por especialistas ruandeses durante seis meses.
Na segunda-feira, a CTA — Confederação das Associações Económicas de Moçambique, a maior entidade patronal do país, pediu molduras penais severas para travar a onda de raptos nas principais cidades moçambicanas, alertando para o impacto deste crime para o ambiente de negócios no país.