No segundo dia da invasão da Rússia à Ucrânia, Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros, surgiu numa conferência de imprensa para acusar o ocidente e a NATO de controlarem a Ucrânia, garantindo que o país governado por Vladimir Putin pretende “libertar” o povo ucraniano e não “ocupar” o país.

“Ninguém está a planear ocupar a Ucrânia.” A garantia foi deixada pelo próprio governante, enquanto explicava que a Rússia quer “libertar os ucranianos da opressão” e daquilo a que chamou o “controlo de fora“, referindo-se “principalmente aos EUA”.

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O ministro russo prosseguiu a ideia, ao sublinhar que “ninguém está a pensar atacar o povo”. A Rússia, insistiu, “não quer que os neonazis e os realizadores de genocídio continuem a governar a Ucrânia, que está a ser controlada a partir de fora, principalmente pelos EUA”.

Neste sentido, Lavrov acusou o ocidente de “não cumprir os acordos de Minsk” e recordou que existia um “estatuto especial para as duas repúblicas separatistas”, em que deviam ser tidas em conta “relações económicas especiais com a Rússia” e o fim de um “bloqueio económico e comercial contra as regiões”. “As bases dos acordos foram destruídas, tentámos muitas vezes chamar à atenção de Kiev”, argumentou o responsável russo, queixando-se do facto de o país governado por Putin não ter sido ouvido.

“Julgavam que íamos aceitar eternamente que reprimissem os russos”, reiterou, realçando que por muitas vezes houve tentativas para seguir a “via diplomática” e que a Rússia esteve “sempre aberta a negociações”. Aliás, Lavrov assegurou que, apesar de a invasão já estar em curso, as portas do diálogo estão abertas: “Estamos preparados para negociações a qualquer momento, assim que as forças armadas da Ucrânia responderem ao nosso apelo e deporem as armas.”

O ministro russo acusou ainda a NATO de ter tentado “impor uma cultura neonazi” e de a Ucrânia precisar de ser libertada. Sergei Lavrov afirmou que o país precisa de um “governo novo e independente” que “não esteja associado ao nazismo e no extermínio do povo russo”. “É preciso libertar a Ucrânia do militarismo e do nazismo”, reiterou o ministro russo.