Miguel Relvas entende que Rui Rio deveria retratar-se depois das reservas que expressou em relação ao novo pacote de sanções que a União Europeia está a preparar contra a Rússia. Para o ex-ministro de Pedro Passos Coelho, o ainda líder social-democrata “não dignifica o papel histórico do PSD na democracia portuguesa”.

“Esta não é uma questão de contabilidade. É uma questão de solidariedade. Repudio firmemente as afirmações de Rui Rio e espero, pela sua dignidade institucional, que se retrate”, diz ao Observador Miguel Relvas.

Esta tarde, Rui Rio defendeu um “terceiro nível de sanções” contra a Rússia, mas com uma ressalva: “Não pode ser feito de imediato porque têm de ser estudados os efeitos que essas sanções mais pesadas têm sobre toda a economia europeia”.

“Podemos estar a rebentar, se me permite o termo, a destruir bastante da economia russa – temos de estar preparados porque isso também é pesado para nós. Mas temos de medir exatamente o que é que isso significa. E, se as decidirmos tomar, também ao mesmo tempo preparar aquilo que possam ser as contra medidas ou o antídoto que possamos arranjar para proteger a economia europeia”, vincou.

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Ora, estas palavras caíram mal. Além de Miguel Relvas, também António Nogueira Leite condenou as declarações de Rui Rio. “Uma das tarefas do próximo líder será pedir desculpas. As circunstâncias superam o homem. Penso que não é por mal”, escreveu no Twitter.

Margarida Balseiro Lopes, ex-líder da JSD, também foi caustica. “Aquelas coisas que não se explicam. Só se lamentam”, escreveu. “Eu é que começo a temer consequências políticas e reputacionais para o PSD por este indivíduo continuar a falar em nome do meu partido”, concordou o antigo deputado Duarte Marques.

Rui Rio alerta para efeitos perversos das sanções contra a Rússia