Na quinta-feira, o Wolverhampton perdeu uma oportunidade importante para se colocar numa posição de destaque na luta pela Liga dos Campeões da próxima época. Perdeu com o Arsenal, permitindo uma reviravolta nos últimos minutos, e não conseguiu sair do 8.º lugar e da retaguarda do Manchester United, do Arsenal, do West Ham e do Tottenham. Este domingo, apenas três dias depois, visitava o West Ham e voltava a enfrentar um adversário direto — e Bruno Lage garantia que a mentalidade dos jogadores sentiu o desaire com os gunners.
“Vi-o nas caras deles ontem à noite e vi-o nas caras deles esta manhã. Claro que não estão felizes. E essa é a parte boa, é a mentalidade certa. É disso que precisamos para nos tornarmos uma equipa grande, com padrões superiores. Eles querem mais. A cada dia que passa, querem mais. Os jogadores querem mais, têm essa mentalidade de querer mais. Puxam uns pelos outros. Mesmo nos tempos livres, ouço-os conversar sobre aquilo que querem tentar fazer em campo”, explicou o treinador português na antevisão da deslocação ao London Stadium, onde uma vitória significava ficar com mais um ponto do que o West Ham e ainda com um jogo a menos.
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Os escassos três dias de distância entre um jogo e outro, contudo, levaram Bruno Lage a gerir o plantel e a fazer várias alterações ao onze inicial. Aït-Nouri, Raúl Jiménez, Podence e João Moutinho começavam no banco, com Marçal, Fábio Silva, Trincão e Dendoncker a saltarem para a titularidade, e Nélson Semedo era baixa depois de se ter lesionado contra o Arsenal, sendo substituído por Ki-Jana Hoever. Do outro lado, a principal ausência era Yarmolenko, avançado ucraniano que foi dispensado durante alguns dias pelo West Ham devido ao que se está a passar no país de origem.
“Não está numa posição muito boa neste momento. Demos-lhe uns dias e é totalmente compreensível. O clube perguntou-me se eu podia falar com ele e perguntei-lhe se havia algo que pudéssemos fazer por ele. E que, se sim, íamos ajudá-lo. Ele perguntou se podia tirar uns dias e concedemos. É uma altura difícil para ele e para a família e respeitamos isso. Eu falei com ele na quinta-feira no centro de treinos e ele estava perturbado, como podem imaginar. Esperamos que tudo corra bem e que os seus familiares se mantenham em segurança”, revelou David Moyes, treinador dos hammers. Este domingo, durante o aquecimento, os jogadores do West Ham surgiram com camisolas com o nome do ucraniano nas costas, enquanto que os ecrãs do estádio apresentaram uma mensagem dedicada a Yarmolenko, com a equipa do Wolverhampton a usar camisolas negras onde se lia “Não à Guerra”.
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Numa primeira parte que terminou sem golos, o West Ham foi quase sempre melhor e o Wolverhampton não conseguiu implementar a qualidade que tem demonstrado nas últimas jornadas. Cresswell teve a primeira grande oportunidade para abrir o marcador, com um livre direto em posição frontal que passou muito perto da baliza (22′), e Michail Antonio também ficou perto do golo com um pontapé forte que José Sá defendeu (30′). Declan Rice teve mesmo a melhor ocasião da primeira parte, com um pontapé de fora de área que bateu no poste da baliza do Wolves (39′), e a equipa de Bruno Lage só conseguiu responder já nos descontos com um lance em que Hwang tinha tudo para marcar mas atirou ao lado (45+3′). Ao intervalo, era impossível não ficar com a ideia de que Aït-Nouri, Jiménez, Podence e Moutinho estavam a fazer muita falta a um conjunto que não estava a conseguir ser objetivo e vertical, permanecendo sempre demasiado longe da grande área adversária.
O Wolves entrou melhor na segunda parte, com Trincão a ter desde logo um remate perigoso por cima da trave (52′), mas o West Ham acabou por demonstrar a eficácia que tinha faltado no primeiro tempo. Cresswell desequilibrou na esquerda, descobriu Antonio na grande área e o avançado assistiu Souček, que desviou já em esforço para bater José Sá (59′). Em desvantagem, Bruno Lage reagiu de imediato e tirou Trincão para lançar Podence, que não precisou de muito tempo para criar uma oportunidade para Marçal (62′), mas os hammers continuavam mais perigosos e Bowen viu Sá roubar-lhe o segundo golo com uma defesa atenta (69′).
Pedro Neto e Raúl Jiménez entraram já nos últimos 15 minutos, numa altura em que o jogo estava algo partido e incaracterístico mas onde o West Ham permanecia mais perigoso, mas já pouco ou nada aconteceu. O Wolverhampton sofreu a segunda derrota consecutiva e está já a sete pontos do Manchester United, a primeira equipa na zona Champions, perdendo cada vez mais terreno e margem de manobra apesar de ainda ter um jogo a menos. Bruno Lage decidiu descansar Jiménez e Podence, essencialmente, e não conseguiu responder com as alternativas. Num ano em que o nome Bruno se tornou sinónimo de um dos mais populares filmes da Disney nas últimas décadas, está mesmo na hora de este Bruno recuperar o Encanto.
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