Mais de um milhar de cidadãos estrangeiros já se voluntariaram para ajudar a Ucrânia a combater a invasão russa, isto apenas quatro dias depois de Volodymyr Zelensky anunciar a criação de uma “Legião Internacional para a Defesa Territorial” do país.

“Quem quiser juntar-se à defesa da Ucrânia, da Europa e do mundo pode vir e lutar lado a lado com os ucranianos contra os criminosos de guerra russos”, disse o presidente, em comunicado.

Só desde a Suécia, noticiou o Svenska Dagbladet, já chegaram a Kiev 400 inscrições, com os primeiros voluntários a partir rumo à Ucrânia já esta quinta-feira. “Nada mau para um pequeno país apenas alguns dias depois de ter sido feito o pedido para voluntários militares”, congratulou-se no Twitter Anders Östlund, sueco a viver em Kiev. “A Legião Estrangeira na Ucrânia pode vir a ser poderosa”, acrescentou o coordenador do grupo de voluntários daquele país, que serão, à chegada, integrados num grupo para falantes de inglês.

O objetivo das autoridades ucranianas é exatamente o de reunir um grupo sólido de militares que, no terreno, possam ajudar os soldados nacionais e fazer a diferença. Foi por isso mesmo que, quando Keiichi Kurogi, um japonês funcionário de escritório de 39 anos, ligou para a embaixada da Ucrânia em Tóquio a oferecer ajuda, foi educadamente recusado.

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Disseram-lhe que não tinha a experiência militar necessária, escreve a Reuters, que esta quarta-feira dá conta da vaga de japoneses que já se voluntariaram para lutar na Ucrânia. “Quando vi imagens de homens e mulheres idosos na Ucrânia a segurar em armas e a ir para a linha da frente, senti que devia ir no lugar deles”, disse Kurogi àquela agência de notícias.

Entretanto, através do Twitter, a embaixada ucraniana no Japão explicou que é exigida aos candidatos  “experiência nas Forças de Autodefesa do Japão ou ter recebido formação especializada”.

Até esta terça-feira, foram 70 os homens japoneses — “samurais” é o que lhes chama o  site Italian News Post — que se candidataram para servir sob a bandeira da Ucrânia, avançou o jornal Mainichi Shimbun. Entre eles, 50 são antigos membros das Forças de Autodefesa do Japão e dois são veteranos da Legião Estrangeira Francesa. Ainda de acordo com o jornal, apesar de o termo utilizado ser “voluntariado”, a Ucrânia terá pretensões de pagar por estes serviços.

Em conferência de imprensa esta terça-feira, Yoshimasa Hayashi, o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, demarcou-se da iniciativa: “Estamos conscientes de que a Embaixada da Ucrânia no Japão está a fazer essas chamadas (para soldados voluntários), mas independentemente do objetivo, pedimos que as pessoas não viajem para a Ucrânia”.

O seu homólogo ucraniano revelou esta quarta-feira que foram mais de mil os estrangeiros que já se voluntariaram para travar esta guerra ao lado dos soldados ucranianos. A Sky News relata que vários deles são britânicos, “sem quaisquer ligações” à Ucrânia.

Esta terça-feira, as autoridades de Kiev revelaram as instruções que cada um destes voluntários devem seguir se quiserem alistar-se nesta legião estrangeira. O primeiro passo é manifestar essa vontade, pessoalmente, por e-mail ou por telefone, junto da representação diplomática ucraniana nos países de origem.