O governo da Geórgia anunciou que vai apresentar o pedido formal de adesão à União Europeia (UE) esta quinta-feira. O país do Cáucaso junta-se assim à Ucrânia, que na segunda-feira assinou o documento para aderir à organização. Na sua conta pessoal do Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros georgiano, David Zalkaliani, descreveu este passo como o “mais corajoso no caminho da integração na UE”.
I welcome the decision of the Government of Georgia ???????? and the ruling party to apply for the Membership of the European Union ????????, representing the boldest step on the path of the EU-integration! @GovernmentGeo @GeorgianDream41 @GharibashviliGe
— David Zalkaliani (@DZalkaliani) March 2, 2022
Em entrevista ao Financial Times, a Presidente da Geórgia, Salome Zourabichvili, disse que a invasão da Rússia à Ucrânia criou uma “janela de oportunidade” para a UE permitir que países vizinhos adiram à organização: “Não precisamos de dar [a Putin] a ideia de que há pontos fracos que não são defendidos por ninguém”.
“A União Europeia deve encontrar uma maneira para corresponder à nossa longa espera. Nós somos parte da família”, salientou Salome Zourabichvili.
O presidente do partido Sonho Georgiano, Irakli Kobakhidze, anunciou em conferência de imprensa a decisão da Geórgia “de fazer imediatamente o ato de candidatura para a entrada na União Europeia (UE)”, acrescentando que Tbilisi pediu a Bruxelas uma consideração “urgente” sobre a candidatura e que conferisse à ex-república soviética o estatuto de país candidato à adesão no bloco comunitário.
O governo de Tbilisi tinha manifestado no ano passado a sua intenção de se candidatar ao bloco comunitário em 2024. Tal como a Ucrânia, a Geórgia assinou um acordo de associação com a UE, mas que não oferece nenhuma garantia de maior integração.
De recordar que a Rússia e a Geórgia envolveram-se num conflito armado, em 2008, e os dois países mantêm uma disputa territorial nas regiões da Ossétia do Sul e da Abecásia.