O Presidente da República comentou esta terça-feira a notícia de que o Novo Banco vai pedir mais cerca de 200 milhões de euros ao Fundo de Resolução comparando este problema às infindáveis “obras de Santa Engrácia”.
“Nestes tempos de fim de pandemia ou de transição para a endemia e de guerra, nós dispensamos obras de Santa Engrácia. Dispensamos”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no antigo picadeiro real, depois adaptado a Museu dos Coches, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.
Questionado sobre a notícia de que o Novo Banco prepara um novo pedido de capital, o chefe de Estado começou por responder que iria “aguardar a assembleia geral do banco, que está marcada para o final do mês de março, e depois a tomada de posse do Governo, para ver qual é a atitude do Governo e a posição do Fundo de Resolução”.
“E depois, se for caso disso, direi qualquer coisa“, acrescentou.
Novo Banco vai pedir mais 200 milhões (e lei lançada pelo PEV explica boa parte)
O Presidente da República referiu que não gosta de comentar “questões específicas”, mas assinalou que “esta é uma questão específica que já dura há muito tempo”.
“E, estando nós com tantas questões e tantos problemas a enfrentar, acho que às vezes não vale a pena juntar a essas questões e a esses problemas mais um problema que dê a sensação de ser uma espécie de obras de Santa Engrácia”, considerou.
O Novo Banco, que ficou com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES) na sequência da resolução de 2014, foi vendido em 2017 ao fundo norte-americano Lone Star, que detém 75% do seu capital, sendo os restantes 25% propriedade do Fundo de Resolução, entidade gerida pelo Banco de Portugal.
O Fundo de Resolução, pessoa coletiva de direito público, foi criado em 2012 com a missão de prestar apoio às medidas de resolução aplicadas pelo Banco de Portugal.