O Instagram, da gigante tecnológica norte-americana Meta, deixou esta segunda-feira de estar acessível na Rússia, cujo governo acusou a rede social de espalhar apelos à violência contra os russos devido à invasão da Ucrânia.
De acordo com a agência de notícias France-Presse, não é possível atualizar a aplicação do Instagram para telemóveis, nem aceder à página da rede social na internet.
O Instagram está também agora na lista de sites com “acesso restrito” publicada pelo regulador russo de telecomunicações Roskomnadzor, juntando-se às redes sociais Facebook e Twitter e a vários órgãos de comunicação social críticos do poder russo.
O Roskomnadzor já tinha ameaçado restringir o acesso ao Instagram na Rússia, após a Meta ter anunciado que iria permitir, a utilizadores da rede social em alguns países, a publicação de apelos à violência contra o Presidente russo, Vladimir Putin, e contra soldados russos.
Em 1 de março, a Meta anunciou que ia restringir o acesso aos media russos RT [antigo Russia Today] e Sputnik na Europa, controlados pelo Estado, pela preocupação de estarem a divulgar desinformação no Facebook e no Instagram.
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A organização não governamental (ONG) internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) avisou que a decisão de vários grupos tecnológicos ocidentais de restringir o acesso a redes sociais na Rússia poderá “exacerbar o risco de isolamento dos residentes do país”.
“Milhares de russos dependem da internet para obter informações sobre assuntos atuais e para comunicar com o mundo exterior, numa altura de censura governamental sem precedentes”, sublinhou, em comunicado, o diretor da HRW para a Europa e Ásia Central, Hugh Williamson.
Além disso, a saída da Rússia das entidades responsáveis pela gestão dos domínios e endereços da internet poderá permitir ao Kremlin “aumentar o controlo sobre a infraestrutura da internet”, alertou a HRW.