A Reserva Federal dos EUA anunciou esta quarta-feira uma subida da taxa de juro de referência, como tinha sido amplamente sinalizado nas últimas semanas. O banco central mais poderoso do mundo dá, assim, o primeiro sinal concreto no sentido de apertar a política monetária, confrontado com uma taxa de inflação de perto de 8%.
Foi decidido, no final da reunião de dois dias do Comité de Operações no Mercado Aberto, uma subida das taxa diretora de 25 pontos-base, ou seja, um quarto de ponto percentual – para um intervalo entre 0,25% e 0,50%. Um dos nove membros do comité, porém, defendeu que a subida devia ser já de 50 pontos-base, ou seja, meio ponto percentual.
O comunicado da Reserva Federal indica, também, que a maioria dos nove membros do comité que decide a política monetária do dólar antecipam que vá haver 7 aumentos das taxas de juro este ano, ou seja, seis além da que foi decidida esta quarta-feira.
“Os indicadores de atividade económica e emprego têm continuado a robustecer-se. Tem havido fortes ganhos no emprego nos últimos meses e a taxa de desemprego baixou significativamente”, pode ler-se no comunicado da Reserva Federal, que acrescenta que “a inflação mantém-se em níveis elevados, refletindo desequilíbrios de oferta e procura relacionados com a pandemia, com os preços da energia mais elevados e, no geral, pressões de preços mais generalizadas”.
A expectativa do banco central é que a taxa de inflação termine o ano em 4,3%, caindo para quase metade do nível registado atualmente.
Sobre “a invasão da Ucrânia pela Rússia”, a Fed comenta que esta está a “causar enormes dificuldades humanas e económicas”. Que consequências terá para a economia dos EUA? “São muito incertas, mas no curto prazo a invasão e os eventos relacionados deverão criar uma pressão adicional para subir a inflação e penalizar a atividade económica”, diz a Fed.