895kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 22.º dia do conflito na Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

Ataques russos continuaram de noite, mas invasão está "estagnada em todas as frentes". Zelensky pediu ajuda aos alemães, dizendo-lhes que estão "a financiar a guerra". Negociações recomeçaram.

A guerra na Ucrânia prolonga-se há 22 dias
i

A guerra na Ucrânia prolonga-se há 22 dias

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A guerra na Ucrânia prolonga-se há 22 dias

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A guerra na Ucrânia entrou esta quinta-feira no 22.º dia de conflito armado desde que a Rússia invadiu o território ucraniano, a 24 de fevereiro. Depois de uma noite marcada por discursos intensos — Vladimir Putin acusou os russos que se opõem à guerra de traição, disse que serão cuspidos “como um mosquito”, Volodymyr Zelensky pediu aos soldados russos que se rendessem —, esta quinta-feira ficou marcada por novos ataques de mísseis russos contra a capital ucraniana, Kiev, contra uma escola na região de Kharkiv, por nova intervenção de Zelensky, num Parlamento, desta vez o alemão e pelo retomar das negociações.

Embora as forças armadas russas mantenham as suas posições no território ucraniano e continuem a exercer pressão armada sobre as cidades da Ucrânia, nas últimas 24 horas não se registaram grandes avanços russos sobre os principais pontos do território ucraniano. Aliás, o Ministério da Defesa do Reino Unido afirma mesmo que a invasão russa está “estagnada em todas as frentes”. Esta quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU volta a reunir-se para discutir a situação humanitária na Ucrânia.

Atualizado a 17 de março

ANA MARTINGO/OBSERVADOR

Fica aqui um ponto de situação. Pode também seguir os desenvolvimentos, minuto a minuto, no liveblog do Observador, que estão também a ser contados pelos enviados especiais do Observador à Ucrânia, Pedro Jorge Castro e João Porfírio.

O que se passou ao início da noite?

  • Volodymyr Zelensky confirmou, pela primeira vez, que as forças armadas russas estão “a recrutar mercenários de outros países”. Sobre as negociações com a Rússia, Volodymyr Zelensky salientou que não é “altura para revelar as táticas”. “As conversas para a paz, para a soberania, para a integridade dos nosso Estados” demoram tempo, frisou.
  • As autoridades ucranianas revelaram que foram resgatadas 130 pessoas com vida dos escombros do teatro de Mariupol, desconhecendo-se quantas centenas continuarão dentro do teatro que servia de abrigo.
  • Outra informação vinda das autoridades ucranianas aponta para bombardeamentos sem tréguas na cidade: estarão a cair 50 a 100 bombas todos os dias em Mariupol.
  • Entretanto, no Conselho de Segurança da ONU, a Rússia justificou os ataques culpando a Ucrânia. Segundo o representante russo, no teatro russo estariam membros do batalhão de extrema-direita Azov, que estaria a fazer reféns entre os civis. As acusações foram mais longe, com a Rússia a comparar a situação ao cerco aos nazis em Berlim, no final da Segunda Guerra Mundial.
  • No entanto, a Rússia desistiu de levar a votação na ONU uma “resolução humanitária”, embora não o retirem o projeto. Analistas internacionais apontam para uma possível falta de apoio da China e da Índia que poderá ter levado a Rússia a recuar.
  • A Rússia vai pedir esta sexta-feira uma reunião urgente porque diz ter novas provas, encontradas durante a invasão, da existência de bio-laboratórios norte-americanos na Ucrânia.

O que se passou durante a tarde?

  • O Conselho de Segurança da ONU esteve reunido para discutir a situação humanitária na Ucrânia. Os EUA garantiram que a Rússia será responsabilizada pelos crimes de guerra cometidos, enquanto Moscovo negou ter bombardeado cidades, culpando os “nazis ucranianos” pelo “banho de sangue”. A China teve talvez o discurso que mais surpreendeu, tendo o país anunciado que enviara ajuda para a Ucrânia.
  • Os EUA continuam”preocupados” com a possibilidade de a China fornecer equipamento militar à Rússia.
  • Numa conferência de imprensa, Antony Blinken, ameaçou a China com sanções caso apoiar a Rússia, horas antes de Xi Jinping e Joe Biden falarem ao telefone. O secretário de Estado norte-americano acusou também Moscovo de cometer crimes de guerra.
  • Joe Biden endureceu o discurso contra Putin, chamando-o  “ditador assassino” e “rufia puro”, 24 horas depois de ter chamado “criminoso de guerra” ao Presidente russo.
  • Sobre estas declarações de Joe Biden, o Kremlin voltou a reagir, dizendo que eram palavras “inaceitáveis, imperdoáveis e inadmissíveis”.
  • A Rússia avisou a Bósnia-Herzegovina para não se juntar à NATO. O embaixador russo no país, Igor Kalabukhov, comentou em direto na televisão bósnia que a Rússia iria “reagir” caso isso acontecesse.
  • Macron, que falou hoje ao telefone com Zelensky, não descartou hoje ir a Kiev — mas apenas se ajudar a resolver a crise.
  • Zelensky e Putin poderão mesmo reunir, admitiu o conselheiro do Presidente ucraniano.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, mostrou-se esperançoso de um cessar-fogo no futuro.
  • No entanto, um responsável norte-americano salientou que há um “fosso muito grande” entre as posições da Ucrânia e da Rússia.
  • Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do G7 condenaram os “ataques indiscriminados a civis” por parte das forças russas e sublinharam que os “responsáveis por crimes de guerra” serão responsabilizados.
  • Atuais e antigos membros do Parlamento Europeu, do Parlamento e do governo de vários países da Europa querem o Presidente da Ucrânia e do povo ucraniano na corrida ao Prémio Nobel da Paz.

O que se passou durante a manhã?

  • O governador da região de Chernihiv, no norte da Ucrânia, indicou que morreram 53 pessoas vítimas dos ataques ocorridos esta quarta-feira. “Estamos a sofrer grandes perdas”, disse Viacheslav Chaus;
  • Presidente ucraniano falou no Parlamento alemão e repetiu que as sanções não são suficientes para parar a guerra. Zelensky dirigiu-se diretamente a Olaf Scholz e pediu ao chanceler alemão para “desmantelar este muro“. “Pare esta guerra, faça aquilo que deixará orgulhosas as gerações futuras”, disse, acrescentando: “A Rússia continua a usar-vos para financiar esta guerra”;
  • O Kremlin disse que a notícia do Financial Times desta quarta-feira, sobre progressos nas negociações, é “errada”. “Não é correta. Há elementos que são corretos mas no geral a notícia está errada”, comentou o governo russo, citado pela Bloomberg. Depois desta notícia, o preço do petróleo voltou às subidas.
  • Ainda do lado russo, o ex-Presidente Dmitry Medvedev criticou o que diz ser uma “russofobia nojenta” provocada pelos Estados Unidos da América e avisou que “os inimigos da Rússia serão postos no seu lugar”;
  • A Rússia anunciou ainda que não vai interromper a invasão da Ucrânia mesmo depois de o tribunal das Nações Unidas ter ordenado essa interrupção imediatamente;
  • Foram realizados novos ataques aéreos esta manhã na cidade portuária de Mariupol, segundo uma declaração do gabinete do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, citado pela agência de notícias Associated Press;
  • Ainda assim, durante a manhã recomeçaram também as negociações por vídeo-conferência entre a Ucrânia e a Rússia;
  • Várias pessoas começaram a ser retiradas com vida do teatro em Mariupol, que foi atingido por uma bomba russa na quarta-feira. O deputado ucraniano Dmytro Gurin informou que “parece que a maior parte deles [dos cerca de mil civis neste abrigo] sobreviveram e está bem”. Horas antes, o Presidente Zelensky tinha dito que havia centenas de vítimas, desconhecendo-se ainda o número de mortos;
  • A Ucrânia espera conseguir abrir, esta quinta-feira, nove corredores humanitários, segundo anunciou a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, citada pela Reuters;
  • Houve um novo balanço feito pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano: a Rússia já perdeu mais de 14 mil soldados e foram abatidos 86 aviões e 108 helicópteros — dados que não são confirmados pelo regime de Vladimir Putin;
  • O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o Presidente chinês Xi Jinping, vão falar esta sexta-feira. E um dos temas é a guerra na Ucrânia. Segundo um comunicado da Casa Branca, os dois líderes vão discutir “a gestão da competição entre os dois países, bem como a guerra da Rússia contra a Ucrânia e outras questões de interesse mútuo”;
  • Já a Turquia está a mover-se com o objetivo de promover um encontro entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, segundo a Bloomberg e outras agências noticiosas.

O que se passou durante a noite?

  • Uma pessoa morreu e três ficaram feridas na sequência de um ataque russo contra Kiev. Um míssil russo disparado sobre a cidade foi intercetado pelas forças ucranianas e, já danificado, acabou por cair num edifício residencial, provocando um incêndio;
  • As forças armadas russas bombardearam uma escola na cidade ucraniana de Merefa, na região de Kharkiv. Na manhã desta quinta-feira, não havia ainda registo de vítimas mortais neste ataque;
  • O Ministério da Defesa da Ucrânia divulgou uma atualização operacional na qual afirma que as tropas russas estão “desmoralizadas” e que tem aumentado o número de militares russos que desertam e recusam participar na guerra;
  • A invasão russa da Ucrânia está “estagnada em todas as frentes”, disse o Ministério da Defesa do Reino Unido. “As forças russas fizeram progressos mínimos por terra, mar ou ar nos últimos dias e continuam a sofrer perdas pesadas”, acrescentou Londres, numa atualização informativa;
  • O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um intenso discurso televisivo na noite de quinta-feira em que acusou os russos que não apoiam a guerra contra a Ucrânia de serem “traidores” e garantiu que os russos saberão “distinguir os verdadeiros patriotas da escória e traidores, e simplesmente os cuspirão, como um mosquito que acidentalmente voou para as suas bocas”;
  • Também na noite de quarta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky divulgou um discurso em vídeo em que pediu aos soldados russos para se renderem a afirmou que o ataque ao teatro de Mariupol fez “centenas de vítimas”, embora não se conheça o número de mortes;
  • Seis membros do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Reino Unido, França, Albânia, Irlanda e Noruega) pediram uma reunião de emergência do organismo para debater a crise humanitária na Ucrânia. O encontro está marcado para as 15h de Nova Iorque (19h em Lisboa);
  • Ao 22.º dia de conflito, as tropas russas controlam alguns territórios da região oriental da Ucrânia, mas a maioria das principais cidades continuam nas mãos dos ucranianos;
  • O número de refugiados que fugiram da Ucrânia desde o início da guerra já se cifra acima dos 3 milhões de pessoas, de acordo com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.