Depois de já ter sido banida na União Europeia, a estação Russia Today (RT), financiada pelo Estado russo, foi agora banida no Reino Unido. A entidade regulador da comunicação social no Reino Unido — Ofcom — anunciou esta sexta-feira que a licença da RT para operar foi revogada com efeitos imediatos.

“Não consideramos que a RT esteja apta para deter uma licença no Reino Unido e não nos satisfazem as garantias de que seja uma emissora responsável”, anunciou a reguladora através da rede social Twitter.

Num comunicado em que explica a decisão, a entidade reguladora lembra, por exemplo, que a RT “é financiada pelo Estado russo, que invadiu recentemente um país soberano e vizinho” e recorda a entrada recente em vigor de “novas leis na Rússia que criminalizam qualquer jornalismo independente que divirja da narrativa noticiosa do próprio Estado russo, particularmente em relação à invasão da Ucrânia”.

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A decisão foi tomada numa altura em que decorrem 29 investigações paralelas da Ofcom relativamente à parcialidade ou imparcialidade de peças noticiosas da RT sobre a guerra na Ucrânia, transmitidas enquanto a estação ainda operava no Reino Unido.

“Uma loucura”, reage o Kremlin. Estação queixa-se de censura política

O Kremlin já reagiu à revogação da licença para a estação russa operar no Reino Unido. Em declarações aos jornalistas, o porta-voz do regime russo, Dmitry Peskov, descreveu a decisão como “uma loucura”.

Também a estação já reagiu. Fê-lo através de declarações da diretora adjunta da RT, Anna Belkina, à Agência Reuters. Para Belkina, a reguladora britânica “mostrou ao público do Reino Unido, e a internacionalmente à comunidade regulatória, que apesar de uma fachada de independência bem construída, não é mais do que uma ferramenta do Governo [britânico], curvando-se à sua vontade de suprimir meios de comunicação”.

Anna Belkina queixa-se ainda de que a entidade regulatória ignorou “quatro anos consecutivos com um registo completamente limpo” da RT no Reino Unido e defendeu que a revogação da licença está relacionada apenas com a intervenção do Governo russo na Ucrânia e não, de modo algum, com “as operações, a estrutura, a gestão ou a linha editorial da RT”.

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Ao tomar esta decisão, considerou mesmo a diretora adjunta da RT, a entidade reguladora para a comunicação social do Reino Unido “roubou ao público” britânico a possibilidade de “acesso a informação”.