Ao fim de muitos atrasos e vários teasers, a Maserati apresentou finalmente o novo Grecale, o SUV da marca italiana que se vai posicionar ligeiramente abaixo do Levante, o topo de gama no que respeita a modelos com filosofia todo-o-terreno. O objectivo é enfrentar as propostas similares da Audi, BMW, Mercedes e Porsche, sendo previsível que se transforme no best-seller do construtor.

Com 4,85 m de comprimento, 1,98 m de largura e 1,66 m de altura, o Grecale fica um pouco abaixo dos 5,02 m do Levante, sendo um pouco mais comprido do que os seus rivais directos – Q5, X3, GLC e Macan. O estilo é similar ao que a marca já nos habituou, com o Grecale a surgir como uma versão mais reduzida do Levante, com a grelha tradicional do tridente à frente e uma traseira com o pilar C mais inclinado, de forma a conferir-lhe um certo ar de coupé.

A distância entre eixos é mais que generosa, uma vez que os 2,901 m posicionam o novo SUV coupé transalpino 10 cm abaixo do Levante, mas 11 cm acima de modelos como o Porsche Cayenne e com mais 20 cm do que o Macan. Isto não só lhe permite ambicionar mais espaço para quem se senta atrás, como mais área disponível para alojar o pack de baterias na versão eléctrica.

De 300 a 530 cv e uma versão eléctrica em 2023

O Grecale vai chegar ao mercado no segundo semestre de 2022, com três motorizações. As duas motorizações mais simples e acessíveis vão estar ao serviço dos Grecale GT e Grecale Modena. Trata-se do motor 2.0 com quatro cilindros sobrealimentado, que desenvolve 300 cv na primeira versão e 330 cv na segunda.

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Apesar de não se tratarem dos Grecale mais possantes, isso não significa que abram mão do tradicional espírito desportivo, uma vez que ambos anunciam 240 km/h de velocidade máxima, com o GT reivindicar a capacidade de ir de 0-100 km/h em 5,6 segundos e um consumo médio de 8,7 l/100km, enquanto o Modena vai um pouco mais longe, com 5,3 segundos e 8,8 litros. Comparativamente, o Porsche Macan equivalente oferece apenas 265 cv, sendo mais lento (0-100 em 6,4 segundos) e mais guloso (consumo médio de 10,1 litros).

Em parte, a maior eficácia fica a dever-se ao facto de o SUV da Maserati usufruir de um sistema mild hybrid a 48V, que ajuda o motor de combustão na aceleração, reduzindo assim os consumos e as emissões. Os ganhos permitidos por esta electrificação ligeira serão mais evidentes em qualquer situação, mas sobretudo em cidade.

O Grecale mais possante e desportivo será, como é habitual, o Trofeo. Monta um 3.0 V6 biturbo, que parece derivado do Giulia Quadrifoglio, só que aqui a cilindrada cresceu cerca de 100 cc e a potência 20 cv, atingindo agora 530 cv. Com este trunfo, o Grecale Trofeo é capaz de atingir 285 km/h e os 100 km/h ao fim de 3,8 segundos, anunciando 11,2 l/100km de consumo e suspensões pneumáticas. Comparativamente, o Macan mais potente possui apenas 440 cv, ficando-se por uns menos entusiasmantes 272 km/h e 0-100 km/h em 4,5 segundos.

A gama do Grecale receberá a versão eléctrica, denominada Folgore, no final do Verão de 2023. Apesar de trocar os motores de combustão pelos eléctricos, o SUV Folgore anuncia um binário de 800 Nm, compatível com uma potência entre 500 e 600 cv. E não deverá ter problemas em reivindicar uma autonomia respeitável, uma vez que a alimentar os dois motores eléctricos está uma bateria com 105 kWh.

Mais sofisticado por dentro e com três ecrãs

Produzido em Itália e com nome de vento mediterrânico, o Grecale oferece um habitáculo espaçoso e mais moderno e sofisticado do que as restantes propostas do fabricante, com três ecrãs, em que um com 12,3” faz de painel de instrumentos. Outro idêntico está em posição central para controlar o sistema multimédia (o Maserati Intelligent Assistant), sob o qual surge um ecrã com 8,8” para gerir o sistema de ventilação. O condutor tem ainda à sua frente um head-up display, para o qual a Maserati promete algumas surpresas em termos de dimensões, ângulos, contraste e brilho.

Lá atrás, o SUV coupé disponibiliza uma bagageira com uma capacidade de 570 litros, que é mais volumosa no Trofeo. Nas versões GT e Modena, devido ao espaço ocupado pelo pequeno acumulador do sistema mild hybrid, a capacidade da mala é de apenas 535 litros. Ainda assim, bem acima do que o Macan propõe (458 litros).

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