A partir deste momento e até 2025, todas as gotas contam, segundo o Portal da Água. Economizar o consumo de água em sua casa não é apenas uma mais-valia para a sua carteira. É, acima de tudo, uma questão ambiental: uma gota aqui, outra ali, o que é facto é que todos nós — sem nos apercebermos —, desperdiçamos muita água na forma como organizamos as nossas rotinas diariamente.

É mais fácil mudar os nossos hábitos de consumo de água do que poderá pensar. Não só é fácil como é necessário e urgente. Sabia que, em média, cada cidadão português gasta 187 litros de água, um valor 77 litros acima do que a Organização das Nações Unidas defende que cada ser humano precisa para sobreviver? Apesar dos números, mantenha-se connosco: segundo a Organização das Nações Unidas, cada um de nós precisa de apenas 110 litros de água por dia para satisfazer as suas necessidades (há quem consiga fazê-lo com menos), então onde é que estamos a falhar?

É nos pequenos gestos que podemos fazer a diferença: a mudança está em cada um de nós. Gota a gota conseguiremos, a partir deste momento, começar a mudar o nosso futuro. Uma coisa é certa, ficará surpreendido com a quantidade de água que poderá poupar em situações rotineiras do dia a dia. O piloto automático é o maior inimigo da mudança. Vamos refrescar os hábitos?

1) Ainda toma banho de uma hora, sempre com o chuveiro ligado? Ai, ai, ai

Todos nós gostamos de um banho longo, especialmente depois de um dia de trabalho ou quando a temperatura pede o conforto da água muito quente, não é? Ora, ninguém está a dizer que tem de parar de tomar banho, mas existe uma forma mais económica de fazê-lo. Económica para a carteira e para o ambiente. Ao fechar a água da torneira enquanto está a colocar champô e sabonete e diminuir o seu duche de 15 para cinco minutos, estará a poupar cerca de 120 litros de água. O duche “tudo-incluído”, com torneira aberta a correr enquanto coloca os produtos, consome cerca de 180 litros de água. Cento e oitenta. Sabia? Apetece-lhe um banho mais demorado? Então, dê tudo nesse momento, e prefira um banho de imersão muito de vez em quando — gasta água, é certo, mas o consumo é mais controlado e ainda consegue aproveitar a água que ficou retida na banheira para outros efeitos.

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2) Na hora de escovar os dentes ou ensaboar as mãos, faça-o de torneira fechada

Parece irrelevante, mas não é: sabia que ao realizar estas ações de torneira aberta (quem nunca?) pode gastar até 36 litros de água? Multiplique isso por duas vezes ao dia, sete dias por semana, por 30 ou 31 dias por mês, por 12 meses, por… Está a chegar à mesma conclusão que nós, não está? Utilize um copo com água apenas no momento da lavagem dos dentes, por exemplo, e tenha atenção à água que deixa escapar enquanto lava as mãos. Acaba por ser um “jogo” bastante divertido, especialmente se vendermos esta ideia a uma criança. É de pequenino que se começa a torcer o pepino, dizem.

3) Homens barbudos deste mundo: é tão mais fixe fazer a barba durante o banho

Outro dado interessante: sabia que ao fazer a barba no lavatório com a torneira aberta (sempre as torneiras, quem diria que são tão inimigas do ambiente quando mal utilizadas?), pode gastar até 40 litros de água? Coloque o ambiente em primeiro lugar e opte por fazer a barba enquanto toma banho. Está com pressa? Utilize o lavatório, mas coloque uma tampa para bloquear a saída da água e reutilize a que se foi acumulando. É fácil, certo?

4) Não vá ao engano! Lixo, não é no cano

O título da dica número quatro não podia ser mais verdadeiro: a sanita não é um caixote do lixo apesar de muitos de nós, automaticamente, utilizarmos para esse efeito. Um cabelo ali, cotão junto à cama, papel higiénico utilizado como pano de limpeza… Já todos fomos apanhados nesta situação. Ora, além da sanita não ser local para colocar lixo, esses resíduos acabam por serem encaminhados para as estações de tratamento de águas residuais, e isso não põe apenas em causa a manutenção dessas infraestruturas, como podem ser despejados – através do sistema de canalização -, em locais que não têm a capacidade de triar esses resíduos. Ora, pensemos: cada descarga de autoclismo gasta cerca de 15 litros de água, quinze. É verdade: vale a pena pensar numa estratégia para não carregar tantas vezes no botão.

Infografia: Diogo Batuca

5) Reduzir… onde tudo começa

E onde começa o desperdício? Na torneira, claro. É por isso que uma das coisas que pode fazer em casa para reduzir os gastos de água é instalar redutores de caudal. Existem cada vez mais modelos disponíveis no mercado, só precisa de encontrar o ideal para as suas torneiras. Se é daquelas pessoas que vivem para o design, não se preocupe: os redutores são tão discretos que nem vai dar por eles.

E depois de instalar os redutores, nada como garantir que está mesmo a conseguir reduzir os custos, e a EPAL dá uma ajuda nisto com o serviço waterpeep® , que permite acompanhar os gastos irregulares e prevenir eventuais fugas. Isto porque, sempre que tiver algum consumo irregular, a EPAL envia um alerta por e-mail ou SMS para que possa perceber que está a gastar água a mais. A partir daí, é só gerir a situação da melhor forma. Simples, certo?

6) Ao cozinhar, também reduzimos o consumo de água

Sabor, sabor e sabor, é o que conseguimos se aplicarmos uma regra básica de reaproveitamento de cascas de legumes, por exemplo. Ao aproveitar esses extras, que muitas vezes vão parar ao caixote do lixo, consegue confecionar caldos aromáticos para dar um toque extra às suas refeições. Ao desperdiçar menos alimentos estará a poupar água, visto que da próxima vez que necessitar de um boost de sabor em vez de lavar novos legumes, estará a ganhar tempo utilizando os anteriores. É um facto que a água está presente em tudo o que fazemos: basta estarmos mais atentos e perceber como podemos reduzir a nossa pegada ecológica. Afinal, é o nosso futuro que está em causa. O nosso, o dos nossos, e o das gerações futuras.

7) Por fim, outra dica gastronómica (é sempre bom para impressionar pós jantar)

Quem é que não gosta de uma boa sobremesa? Depois de um dia bem passado, em que conseguimos, pelo menos, aplicar seis destas dicas, surge a última. O mais doce fica sempre para o fim, não é? Reutilize a água de cozer alimentos: da próxima vez que abrir uma lata de grão-de-bico, por exemplo, utilize a aquafaba para bater “claras em castelo” e preparar uma belíssima mousse, tal como sugere Isabel Zimbaia Rafael no seu livro “A Irresistível Água da Torneira à Mesa Com… Isabel Zimbaia Rafael”, que pode ler na integra através do site da EPAL. Além disso, da próxima vez que fizer uma sopa, corte os legumes em cubos bem pequeninos. Desta forma, vai poupar na água que vai utilizar para a cozedura e ainda consegue gastar menos gás ou eletricidade, já que vão ficar prontos bem mais depressa.

São sete dicas, sete (parecem poucas, certo?), mas com um impacto maior do que pensamos. Da próxima vez tomar banho, lembre-se disto; da próxima vez que lavar os dentes ou as mãos, lembre-se disto; da próxima vez que fizer a barba ou carregar no derradeiro botão do autoclismo, lembre-se disto. Pouco a pouco, gota a gota, é importante continuarmos, cada um de nós, a fazer esforços para poupar água nas nossas casas. E tudo começa nos pequenos gestos. O que fazemos hoje, reflete-se no amanhã. É por isso que nunca é demais dizê-lo: todas as gotas contam, e em 2025, perceberemos porquê.