Volodymyr Zelensky pediu a Joe Biden para não sancionar o oligarca russo Roman Abramovich, apurou esta quarta-feira o Wall Street Journal. Em causa, está o facto de o Presidente ucraniano acreditar que o também cidadão de nacionalidade portuguesa pudesse ajudar nas negociações de paz.

De acordo com o órgão norte-americano, Biden preparou uma lista de personalidades de oligarcas russos que seriam sancionados pelo governo norte-americano, tendo-a comunicado por telefone ao Presidente ucraniano, que, por sua vez, pediu ao seu homólogo dos EUA para não aplicar qualquer sanção ao antigo dono do Chelsea.

Fonte da Casa Branca não quis comentar, nem confirmou a informação: “Não vamos divulgar conversas privadas entre o Presidente Biden e o Presidente Zelensky”. Já representantes de Abramovich indicaram que, para as negociações terem sucesso, “não é útil comentar o seu envolvimento”.

Enquanto o Reino Unido e a União Europeia já aplicaram sanções a Roman Abramovich, os EUA ainda não o fizeram. Ouvidos pelo jornal, alguns oficiais dos 27 e de Londres rejeitam que Volodymyr Zelensky tenha pedido para não sancionar o oligarca. 

A decisão norte-americana de não sancionar Abramovich não seguiu a aquela que foi tomada pela maioria dos aliados da NATO. O departamento de Tesouro norte-americano, sabe o Wall Street Journal, estudou o impacto na economia global que as sanções ao oligarca podiam originar, principalmente no preço do aço, já que o magnata russo possui ações na indústria siderúrgica dos EUA.

Roman Abramovich nunca oficializou a sua posição sobre a invasão da Rússia à Ucrânia, mas vários meios de comunicação social têm avançado que o oligarca tem feito pressão no Kremlin para que se chegue a um cessar-fogo. Contudo, fontes dos serviços de informação secretos disseram ao órgão norte-americano que o magnata não tem sido eficaz, havendo mesmo indicação de que não quer o fim do conflito.

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