Mais ambição, mais públicos, mais estabilidade. Pedro Adão e Silva defendeu esta sexta-feira a necessidade de “estabilizar o setor da Cultura do ponto de vista dos interlocutores e dos instrumentos de política”, mas também apontou novos caminhos para o futuro. Falando aos jornalistas à margem da sessão evocativa dos 30 anos da morte de Salgueiro Maia, no Largo do Carmo, em Lisboa, o recém-empossado ministro da Cultura sublinhou fazer uma “avaliação positiva do caminho que foi percorrido ao longo dos anos” no setor. Também considerou que “o essencial daquilo que eram as ambições de Abril está cumprido.”

“Mas há certamente novas áreas de ambição, de modernidade, de democratizar o acesso à cultura, dos públicos, e também estabilizar o setor do ponto de vista dos interlocutores e do ponto de vista dos instrumentos de política”, afirmou.

Falando sobre a figura de Salgueiro Maia, Pedro Adão e Silva sublinhou que o capitão de Abril “distingue-se por combinar, de forma virtuosa, coragem moral e coragem física”, sendo por isso um “exemplo e um símbolo” da democracia portuguesa.

“A nossa transição para a democracia foi uma história de sucesso também porque teve personalidades que ajudaram a esse sucesso. […] Acho que, nos 30 anos da morte dele, é de toda a justiça assinalar o exemplo: o exemplo cívico, o exemplo de coragem física e moral”, frisou.

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Questionado sobre se considera que Salgueiro Maia ficaria orgulhoso com a democracia portuguesa, o ministro da Cultura respondeu: “Certamente. O essencial daquilo que eram as ambições de Abril está cumprido.”

No entanto, Pedro Adão e Silva frisou que a “democracia é, por definição, o regime da imperfeição, da insatisfação e é também isso que torna a democracia mais forte do que qualquer outro regime”.

Nós devemos, por um lado, olhar para trás e sublinhar aquilo que foi conquistado, mas também temos uma ambição renovada em todos os momentos”, indicou.

Referindo-se à geração de portugueses que nasceram depois do 25 de abril de 1974, da qual faz parte, o ministro da Cultura frisou que são “herdeiros de tudo aquilo que foi construído com a democracia portuguesa”, mas também têm uma “responsabilidade para as gerações futuras: ter mais ambição, modernizar ainda mais o país, proteger ainda mais os portugueses”.

“Eu acho que Salgueiro Maia faria certamente um juízo e uma avaliação muito positiva daquilo que contribuiu, decisivamente, do ponto de vista pessoal. Como muitos outros, mas ele foi um dos que teve um contributo decisivo”, disse.

Neste domingo, assinalam-se os 30 anos da morte do capitão Salgueiro Maia, falecido a 3 de abril de 1992.