É o primeiro indício claro de que a autoria dos massacre de Bucha poderá ser das forças militares russas. As imagens satélites da Maxar Technologies que começaram a ser divulgadas em vários órgãos de comunicação social provam que os cadáveres encontrados espalhados e enterrados em Bucha, após a retirada das tropas de Putin, já se encontravam nos locais há várias semanas.

A vala comum, encontrada junto à igreja de Santo André e Pyervozvannoho Todos os Santos, em Bucha, já era visível a 10 de março, quando os russos controlavam esta área da região de Kiev. No final desse mês, a escavação já tinha 14 metros de comprimento. E as imagens divulgadas pelo The New York Times revelam que pelo menos 11 dos cadáveres estavam na estrada desde 11 de março.

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No site, o jornal norte-americano publica um vídeo que compara as imagens satélite com o vídeo de Bucha que foi partilhado nas redes sociais, em que se vê um carro a percorrer a estrada em causa e a deparar-se com vários cadáveres. As imagens provam que os corpos foram encontrados exatamente nos mesmos sítios em que estavam nas imagens satélite, vários dias antes das tropas russas abandonarem o local.

A Maxar Technologies, que ao longo do conflito tem divulgado imagens de satélite da Ucrânia, partilhou ainda duas fotografias do terreno da igreja de Bucha. Uma delas é de dia 31 de março, dois dias depois de a Rússia ter anunciado, na ronda de negociações para a paz em Istambul, que iria reduzir a sua atividade militar perto de Kiev — as autoridades ucranianas só anunciaram o controlo total da região no sábado. A outra de dia 10 de março e, segundo a empresa norte-americana, os primeiros sinais de escavação surgiram nesse dia.

“Mais recentemente, uma imagem de 31 de março mostra a vala com cerca de 14 metros de comprimentos na secção a sudoeste da zona perto da igreja”, indicou este domingo a Maxar, citada pela Reuters.

2 fotos

Fotografias tiradas no local mostram vários cadáveres de civis ucranianos, sendo que alguns ou não estavam enterrados ou tinham partes do corpo visíveis, lê-se no Telegraph. Não se sabe ao certo quantos corpos estão na vala, mas os residentes da cidade disseram à CNN que a escavação começou no início da invasão russa.