Há uma coluna militar russa com 13 quilómetros composta por cerca de 200 veículos blindados, camiões com artilharia e equipamentos de apoio a caminho de Izium. As imagens da Maxar Technologies, uma empresa norte-americana de tecnologia aeroespacial, denunciam a fila de veículos bélicos a atravessar a localidade de Velykyi Burluk, a menos de 100 quilómetros de Kharkiv, a 8 de abril.

Maxar. Que empresa é esta que anda a fotografar a Ucrânia do espaço?

Izium fica no leste da Ucrânia, numa zona dominada pelas forças russas e onde os invasores deverão estar a preparar-se para atacar Sloviansk, vizinha de Kramatorsk, cuja estação de comboio foi palco de um ataque aéreo na madrugada de sábado que resultou na morte de pelo menos 52 pessoas. A conquista de Sloviansk permitiria aos russos garantir uma maior rede de controlo em Donbass e estabelecer uma ligação entre os militares nessa cidade e as forças aliadas ao Kremlin em Donetsk e Lugansk. Depois disso, a Rússia estará em condições mais favoráveis para atacar outras localidades com forte presença ucraniana: Popasna, Rubizhne (Lugansk), Nyzhne (Lviv) e Novobakhmutivka (Sumy), aponta o The Kyiv Independent.

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Pelo menos 50 mortos e vários mutilados em ataque à estação de comboios onde estavam 4 mil pessoas. O filme do ataque a Kramatorsk

A presença da coluna com 13 quilómetros é um indício da reorganização das forças militares da Rússia na Ucrânia, agora orientadas por um novo general com experiência na gestão de batalhões em campo de guerra — Aleksander Dvornikov. Depois de um recuo em território ucraniano, motivado pelo insucesso na tentativa de conquistar Kiev, os novos planos russos parecem concentrar-se numa operação centrada em Donbass. O Kremlin pretende alcançar uma conquista bélica na Ucrânia antes de 9 de maio de 1945, aniversário do fim da II Guerra Mundial.

Discreto, estratega, confiável: quem é Aleksander Dvornikov, o novo homem de Putin à frente da guerra

Nas primeiras semanas da ofensiva russa na Ucrânia, uma coluna com 64 quilómetros de comprimento permaneceu praticamente estacionada a curta distância de Kiev. As imagens da longa fila de veículos militares demonstravam que a coluna era composta por tanques de combate, mas também secções de reabastecimento de batalhões. A coluna apoiaria a tomada da capital ucraniana, mas dispersou-se em torno da cidade e acabou por recuar, ao deparar-se com a resistência dos militares de Zelensky.

A enigmática coluna com 20 mil soldados às portas de Kiev: fraqueza russa ou um ataque iminente?

A confirmar-se as teorias sobre uma operação ofensiva em grande escala em Donbass, a defesa norte-americana espera uma batalha “muito sangrenta e muito feia”, uma luta “mano a mano” porque tanto os russos como os ucranianos conhecem muito bem o território — há oito anos que a região separatista é palco de confrontos entre os dois países.