A mãe de um marinheiro que estaria a bordo do navio de guerra Moskva contou ao jornal russo independente Novaya Gazeta Europe que recebeu um telefonema do filho a dizer que o navio tinha sido atingido por mísseis.
“Ele ligou-me e estava a chorar devido ao que tinha visto. Foi aterrorizador”, disse, frisando que o filho não quis contar detalhes pela violência do que tinha vivido. De acordo com o jornal, citado pela BBC, terão morrido 40 marinheiros, o número de feridos é ainda indeterminado e há vários desaparecidos.
No Twitter estão a ser divulgadas aquelas que podem ser as primeiras fotos do navio-almirante da frota russa no Mar Negro, o Moskva, antes de se ter afundado devido ao ataque reivindicado pelas tropas ucranianas (e que a Rússia não tem a mesma versão).
O correspondente do The Guardian em Moscovo, Andrew Roth, partilhou a fotografia que está a ser divulgada como podendo ser a primeira imagem após o ataque, apesar de revelar que não é possível comprovar, para já, a veracidade da mesma.
https://twitter.com/Andrew__Roth/status/1515819544740352000
O jornalista partilha a informação a partir da conta do Twitter OSINTtechnical, que costuma divulgar algumas informações dos serviços secretos e que, apesar de referir que não poderia confirmar a autenticidade da imagem, refere que se trata de um navio igual ao Moskva. “Não creio que nenhum deles tenha sido destruído desta maneira”, escreveu.
???? The first photos of the Russian cruiser Moskva shortly before it sank. #Ukraine #UkraineRussiaWar pic.twitter.com/jw524oYFGO
— MilitaryLand.net (@Militarylandnet) April 18, 2022
A história sobre o fim do navio-almirante da frota russa no Mar Negro, o Moskva, tem várias versões. A Ucrânia alega que não houve sobreviventes. Os EUA admitem que alguns marinheiros russos — apenas alguns — terão escapado, não se sabendo quantos. A Rússia, que tem desvalorizado o tema, assegura que os tripulantes escaparam.
Até se ter afundado, o Moskva, construído na era soviética, comandava a poderosa Frota do Mar Negro e era considerado um dos principais ativos militares da Rússia. O seu afundamento está, por isso, a ser apelidado pelas forças ocidentais, nomeadamente dos EUA, como um símbolo de “humilhação” para Moscovo — e, especificamente, para Putin. Certo é que a Rússia se tem escusado a dar muitos detalhes sobre o incidente. E quando o faz é para dizer que não foi tão grave quanto diz o Ocidente.
As versões divergem radicalmente. Kiev tem alegado que o navio se afundou porque foi atingido por mísseis ucranianos, enquanto a Rússia diz que foi um incêndio — não ligado às forças da Ucrânia — a danificar gravemente a estrutura, o que, conjugado com o mar agitado, acabou por afundar o navio quando estava a ser rebocado. Além de não serem claras as circunstâncias do incidente, não é também certo o que aconteceu aos tripulantes.