Os deputados da Câmara dos Comuns aprovaram esta quinta-feira uma moção para investigar a veracidade dos argumentos dados por Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, no Parlamento. Os partidos querem saber se Boris enganou, ou não, o Parlamento ao dizer que achava que não estava em incumprimento ao participar em convívios em Downing Street durante o período de confinamento.

A moção, apresentada pelo Trabalhistas e que cita quatro comentários feitos pelo primeiro-ministro sobre o escândalo, gerou tal consenso que não foi sequer votada — a Sky News descreve o processo como uma aprovação “por aceno”. Sem se ouvirem objeções das bancadas do governo, nem dos deputados conservadores, considerou-se não haver divisão sobre matéria.

A investigação vai ser feita pela comissão parlamentar dos Privilégios, mas só depois de terminar a investigação da polícia e depois de estar concluído o relatório da investigadora Sue Gray.

Chris Bryant, o presidente desta comissão, pediu escusa desta investigação por ter previamente criticado Johnson em público pelo escândalo conhecido como Partygate.

Boris Johnson está esta quinta-feira na Índia, a propósito de uma visita oficial e, antes da discussão e votação dos deputados, defendeu que os deputados não deveriam aprovar a moção para investigar o caso sem estar terminada a investigação das autoridades e sem terem os “fatos completos”.

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Partygate. Boris pede desculpa e afasta demissão. Multa já está paga

As autoridades já emitiram 50 multas relacionadas com a participação em festas durante o período confinamento, que resultaram da investigação a 12 convívios. Boris, Carrie Johnson, a sua mulher, e Rishi Sunak, ministro das Finanças, foram multados por participarem em festas em Downing Street, numa altura em que as regras relacionadas com a pandemia impediam a realização de eventos.