A Suécia e a Finlândia concordaram num envio simultâneo dos pedidos de adesão à NATO. De acordo com o The Guardian, a informação foi divulgada por dois jornais, um sueco e um finlandês, com base em fontes governamentais.
O pedido de adesão à NATO, que tem sido apressado devido à guerra na Ucrânia, deverá acontecer em meados do mês de maio e será conjunto, ao contrário do que tinha vindo a ser dito até aqui, que haveria primeiro uma adesão da Finlândia e só depois da Suécia.
Os dois países não são membros da NATO, têm sempre procurado manter uma postura neutra em casos de conflito, mas cooperam com a aliança. Agora, consideram que a invasão da Rússia à Ucrânia altera a “paisagem de segurança” que se vivia na Europa nórdica.
Por causa da ameaça russa, Finlândia e Suécia deverão candidatar-se à NATO “nas próximas semanas”
No mesmo dia em que surge a notícia do pedido de adesão conjunto, a Reuters noticia que três navios de guerra da NATO atracaram no porto finlandês de Turku, no sudoeste da Finlândia, para que sejam feitos treinos com a marinha do país.
O exercício deverá durar dois dias e está previsto que comece no próximo dia 28 de abril. O intuito, segundo o comunicado a que a agência Reuters teve acesso, é preparar os navios portugueses para um possível trabalho num quadro internacional.
Já depois destes países terem assumido interesse em juntar-se à NATO, a Rússia ameaçou com o destacamento de armas nucleares no Báltico. No final do mês de fevereiro, a porta-voz do ministério russo dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, ameaçou a Finlândia e a Suécia com “sérias repercussões políticas e militares” se Helsínquia e Estocolmo decidirem aderir à NATO.
Na conta oficial do Twitter do ministério, a porta-voz daquela tutela apelou “ao comprometimento finlandês da política militar de não alinhamento”, um fator “importante” para “assegurar a segurança e a estabilidade no norte da Europa”. E ameaçou o país que faz fronteira com a Rússia: “A adesão da Finlândia à NATO teria sérias repercussões políticas e militares.”
Pouco tempo depois, as ameaças chegaram também à Suécia: “Todos os países participantes na OSCE a título nacional, incluídos a Finlândia e a Suécia, reafirmaram o princípio de que a segurança de alguns Estados não deve construir-se à custa da segurança de outros países”, afirmou a porta-voz, acrescentando depois que era “evidente que a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, que é um bloqueio militar, teria graves consequências militares e políticas que obrigariam a que o nosso país tomasse medidas recíprocas”.