As ações do Alibaba sofreram esta terça-feira uma queda superior a 9% nos primeiros minutos da sessão da bolsa de Hong Kong, devido à suposta detenção do fundador do gigante do comércio eletrónico chinês, Jack Ma.
Esta manhã, a televisão estatal chinesa CCTV tinha anunciado “restrições de liberdade” impostas em Hangzhou — cidade do leste da China onde fica a sede do Alibaba — a um homem de apelido Ma, em 25 de abril.
Aquele homem é acusado de “conluio com forças hostis antichinesas no exterior” e de “atividades que colocam em risco a segurança nacional, como incitar a secessão ou subverter o poder do Estado”.
A notícia levou a que as ações do Alibaba caíssem 9,4% nos primeiros 15 minutos da sessão da bolsa de valores de Hong Kong.
Uma queda que só terminou quando o jornal estatal chinês Global Times esclareceu que o suspeito trabalha como diretor de pesquisa e desenvolvimento de hardware numa empresa de computadores.
Depois do desmentido, as ações do Alibaba recuperaram e estavam a perder 0,69% a duas horas do fecho da sessão.
O gigante do comércio eletrónico foi uma das empresas privadas mais afetada por uma campanha do Governo chinês para apertar a regulação no setor digital, que atingiu também a Didi, conhecida como o “Uber chinês”.
Em outubro de 2020, Jack Ma fez um discurso altamente crítico da estratégia de Pequim de minimizar os riscos no sistema financeiro e dos bancos tradicionais, que, segundo ele, ainda são geridos como “lojas de penhores”.
O ainda acionista maioritário do Alibaba reapareceu depois de três meses sem surgir em público, período em que as autoridades chinesas cancelaram a oferta pública inicial do Ant Group, a tecnológica financeira do grupo.
Bilionário chinês Jack Ma reaparece após estar “desaparecido” quase três meses
Desde então, o Alibaba perdeu cerca de 65% da capitalização de mercado, tendo ainda recebido uma multa recorde de 2,8 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) por abusar da posição de mercado, no ano passado.