A Reserva Federal dos EUA anunciou esta quarta-feira um aumento de 50 pontos-base nas taxas de juro, ou seja, meio ponto percentual. É um aumento relativamente rápido (mais agressivo do que os típicos aumentos de 25 pontos-base) mas corresponde às expectativas que os analistas tinham manifestado nos últimos dias, tendo em conta que a inflação já superou os 8% nos EUA e a taxa de desemprego está em apenas 3,6%.

O banco central que gere o dólar avançou para esta subida das taxas de juro, a segunda que foi anunciada este ano, apesar do impacto global da guerra na Ucrânia e de outros desafios na economia internacional que levaram, aliás, a uma taxa de crescimento negativa no produto interno bruto (PIB) do primeiro trimestre, na maior economia do mundo.

A taxa de juro de referência passou, assim, de 0,5% para 1%, uma subida de 50 pontos-base que é a mais rápida desde 2000. No comunicado onde se lê que a decisão foi unânime, entre os diferentes governadores dos bancos regionais, a Reserva Federal diz-me “muito atenta aos riscos de inflação“. Isto embora reconheça que a invasão russa da Ucrânia tem “implicações de grande incerteza” para o crescimento mas, também, para a inflação.

Além da decisão de subir as taxas de juro, numa tentativa de arrefecer a inflação, o banco central aprovou planos para começar a reduzir o seu balanço que foi crescendo nos últimos anos à medida que a Reserva Federal esteve ativa nos mercados de dívida – tal como os outros grandes bancos centrais mundiais – comprando títulos de dívida para comprimir as taxas de juro na economia. Agora, o trajeto é o oposto: a Reserva Federal quer começar a encolher a carteira de títulos que acumulou.

Ao longo dos últimos anos, o banco central acumulou quase 9 biliões de dólares em obrigações do Tesouro americano e outros títulos. A partir de junho, vai começar a redução desse balanço a um ritmo de 47,5 mil milhões de dólares por mês, que ao fim de três meses já terá acelerado para 95 mil milhões por mês.

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