Paola Pichierri, em França; Niccolò Biagioli, na Alemanha; Francesco Colonnese, em Espanha; Patrice Duclos, na Bélgica e Luxemburgo e Patrick Zegwaard, nos Países Baixos. Estes são os novos responsáveis máximos pela Lancia, construtor italiano para o qual a Stellantis planeou um “renascimento” premium, equiparando a Lancia à Alfa Romeo e à DS no seio do grupo. Para tal, foi gizado um plano a 10 anos, que agora tem novo avanço com a nomeação destes cinco brand managers, cuja missão será garantir que a “aventura” da Lancia fora de portas será bem-sucedida comercialmente.
E foi justamente por isso que Espanha, Bélgica e França foram escolhidas, com a marca italiana a reconhecer nestes três países “amor e paixão pelo conceito ‘Made in Italy’”. Já a entrada na Alemanha e nos Países Baixos é justificada pela forte apetência que aí existe para as vendas online, parte essencial no modelo de negócio da renascida Lancia, que traça como meta ter 50% das vendas online, apesar de prever uma rede de 100 concessionários em 60 cidades europeias. Por fim, para a escolha destes seis países contribuiu ainda o facto de o segmento B premium ter aí uma forte expressão. E o segmento B será, precisamente, o primeiro a ser atacado, com a introdução do novo Lancia Ypsilon 100% eléctrico. Deduz-se que haverá também versões do utilitário com motores de combustão, pois o compromisso da marca é que “a partir de 2026 apenas serão lançados veículos 100% eléctricos; a partir de 2028 apenas serão vendidos veículos 100% eléctricos”. Portanto, pelo que foi comunicado anteriormente, o futuro Ypsilon ainda não deverá usufruir de uma plataforma concebida especificamente para veículos eléctricos, que seria a STLA Small (segmentos A, B e C). Será, isso sim, projectado tendo como base a segunda geração da eCMP, conhecida plataforma multienergia que já serve modelos como Peugeot e-208, Opel Corsa-e ou DS3 Crossback E-Tense.
Dois anos depois, em 2026, será a vez de a Lancia lançar um familiar de luxo, dando entrada no maior segmento da Europa, o segmento D. Esse modelo, possivelmente um SUV, passará a ser o porta-estandarte da marca, com 4,6 metros de comprimento, pelo que deverá recorrer à plataforma STLA Medium, a ser lançada no decurso do próximo ano (mais para o final, de acordo com os planos da Stellantis que pode ver na galeria abaixo).
A militar no segmento C, cortesia dos seus 4,4 metros de comprimento, o prometido Delta vai regressar 100% eléctrico, sendo desde já definido como “um automóvel esculpido e musculado, com linhas geométricas”. Se o objectivo da recuperação deste modelo emblemático da Lancia passar pela concepção de uma versão desportiva, com potência acrescida como acontecia no “HF Turbo”, a STLA Medium será a parceira ideal ao nível da plataforma. Mas isso só daqui a seis anos, em 2028, pelo que há muito por que esperar…
Deixando cair um pouco mais o véu acerca do seu futuro, a Lancia pretende ser “a marca da Stellantis com a maior percentagem de utilização de material reciclado, com 50% de superfícies tácteis feitas a partir de materiais ecossustentáveis”. Ao que parece, essa preocupação andará de mãos dadas com a tecnologia ao dispor do cliente, nomeadamente com o recurso a uma interface “minimalista e inteligente”, denominada S.A.L.A. Em italiano, o acrónimo significa “sala de estar” mas, na realidade, as iniciais correspondem a Sound Air Light Augmented, solução que, de acordo com a Lancia, “dará ao cliente o controlo total do habitáculo do seu automóvel, desde o sistema de som até ao ar condicionado e iluminação, através de um único comando”.