A Rússia vai estudar a possibilidade de trocar combatentes do batalhão ucraniano Azov feitos prisioneiros pelo deputado e milionário ucraniano pró-russo Viktor Medvedchuk, declarou este sábado um negociador e parlamentar russo, Leonid Slutsky.

“Vamos estudar a questão”, afirmou Slutsky, membro da delegação russa nas mais recentes negociações com Kiev, citado pela agência noticiosa russa Ria Novosti, quando questionado sobre uma tal troca de prisioneiros.

Slutsky, que falava numa conferência de imprensa na cidade separatista de Donetsk, no sudeste da Ucrânia, adiantou que a possibilidade da troca será mencionada em Moscovo por “aqueles que têm as prerrogativas”.

Viktor Medvedchuk, de 67 anos e próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, foi novamente preso em meados de abril na Ucrânia depois de ter fugido com o início da ofensiva militar russa em 24 de fevereiro.

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Medvedchuk estava em prisão domiciliária desde maio de 2021 depois de ter sido acusado de “alta traição” e “tentativa de pilhagem de recursos naturais na Crimeia”, península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.

Na sexta-feira, o Exército russo anunciou que os últimos defensores ucranianos da cidade estratégica de Mariupol, entrincheirados durante semanas no complexo siderúrgico Azovstal, tinham-se rendido. Entre eles estão membros do batalhão Azov, uma unidade ultranacionalista que o Kremlin considera neonazi, e que Kiev espera libertar em troca de prisioneiros russos.

Na próxima quinta-feira, o Supremo Tribunal russo deve analisar um pedido para classificar o batalhão Azov como uma “organização terrorista”, o que poderá complicar a troca de prisioneiros.

Azov. Neonazis ou propaganda russa? A história e a ideologia do batalhão que resistiu em Mariupol

O líder dos separatistas de Donetsk, Denis Puchilin, disse este sábado na mesma conferência de imprensa que os soldados ucranianos que defenderam a fábrica Azovstal e se renderam deveriam ser julgados.