O Grupo de Reflexão Estratégica (GREI), uma associação que integra generais portugueses na reforma, alertou no seu mais recente livro para as “graves deficiências nas capacidades operacionais” e de recrutamento em Portugal. De modo a suprimir as dificuldades, o GREI sugeriu que as Forças Armadas portuguesas passem a admitir estrangeiros, à semelhança do que acontece noutros países europeus, noticia o Diário de Notícias, esta terça-feira.

“Hoje, é amplamente reconhecido o gap demográfico que se faz sentir, de forma continuada, no nosso País, um tanto à semelhança do que se passa no mundo ocidental”, apontou o GREI em As Forças Armadas e o seu enquadramento estratégico e funcional. Algumas reflexões, citado pelo Diário de Notícias, acrescentando que, “por outro lado, assiste-se a uma crescente pressão por parte dos migrantes provenientes de outras regiões para entrarem no espaço europeu”.

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Na opinião do GREI, que tem por finalidade realizar estudos numa perspetiva de desenvolvimento da defesa e dos valores da cidadania em Portugal, “faria sentido “faria sentido equacionar a aceitação de candidatos de nacionalidade estrangeira para a prestação de serviço, como já acontece nalguns países da Europa, casos da Espanha e da Bélgica”, e considerar, “em condições muito particulares”, a integração de estrangeiros nas Forças Armadas “como garantia de trade off na aquisição de nacionalidade ou de outros mecanismos que fizessem sentido para as respetivas aspirações de integração nacional”.

Lembrando que se tem vindo a assistir “a significativas modificações nos quadros geopolíticos e estratégicos mundiais, que deram lugar a novas perceções de equilíbrio e segurança, e que têm obrigado, por sua vez, a uma reflexão aprofundada sobre que modelos seguir no recrutamento e na prestação de serviço na componente armada dos espaços políticos e das nações soberanas”.”, o GREI lamentou que os diferentes governos tenham “pugnando pelo alheamento desta matéria”, inviabilizando assim “uma discussão pública”.

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Destacando o “ambiente de segurança internacional”, que tem vindo a mudar com a guerra na Ucrânia, a associação apontou que o conflito militar ocorre “no momento em que a capacidade de resposta da defesa nacional se encontra, em quase todos os seus setores, no ponto mais baixo” desde o final da Segunda Guerra Mundial. “A capacidade militar portuguesa vai ser posta à prova, ou sujeita a teste, pelas circunstâncias internacionais”, defendeu o GREI. “O ‘minuto da verdade’ pode estar a chegar.”